Victor Fernandes   |   12/04/2024 15:35
Atualizada em 12/04/2024 15:36

Turismo recua 0,8% em fevereiro. Governo quer mesmo acabar com o Perse?

Turismo está 2,2% acima de fevereiro de 2020 e 4,3% abaixo do ponto mais alto, em fevereiro de 2014


Freepik
35ª taxa positiva seguida foi impulsionada por restaurantes, agências de viagens e espetáculos
35ª taxa positiva seguida foi impulsionada por restaurantes, agências de viagens e espetáculos

Em fevereiro de 2024, o índice de atividades turísticas apontou retração de 0,8% frente ao mês anterior, segundo revés seguido, já que em janeiro havia acumulado perda de 1,8%. Com isso, o segmento de Turismo se encontra 2,2% acima do patamar de fevereiro de 2020 e 4,3% abaixo do ponto mais alto da série, alcançado em fevereiro de 2014. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do IBGE.

NOTA DA REDAÇÂO: "Será que essa era a notícia que o ministro Fernando Haddad estava esperando para se convencer da necessidade de manter o Perse conforme foi assinado pelo governo originalmente? "Assustado" com a recuperação do setor, o ministro resolveu acabar com o Perse mais cedo, sem entender que esse crescimento e recuperação são fundamentais para recuperar o que se perdeu na pandemia e garantir um futuro para essa indústria. Se o Turismo cresce, é sinal de que o Perse e outras medidas estão fazendo efeito. E isso não se dá da noite para o dia, ou de um ano para outro.

É preciso respeitar o acordado anteriormente, para a recuperação contínua do Turismo, dos Eventos, da Aviação. Acordado não, assinado e promulgado. Ou investidores que compraram e investiram em empresas de Turismo de 2020 a 2023 podem achar, vejam só, que o governo brasileiro não oferece segurança jurídica e ambiente favorável a investimentos novos. Não é isso o que queremos, não é ministro? Com o México já assombrando nosso PIB, temos que manter o Turismo crescendo. O que, infelizmente, os meses de janeiro e fevereiro não conseguiram.

Por isso, a recuperação, que pode parecer instantânea com as notícias de crescimento de empresas e viagens - e novamente que bom que temos esses aumentos e incrementos - será lenta e gradual. Sem mágica. Sem achismos e sem decisões de quem não sabe o que é realmente o Turismo ou de quem acha que é apenas uma pasta para ser usada como moeda política.

O Turismo vai e deve continuar crescendo. Mas com o respaldo do Perse, do crescimento da economia, da diminuição dos custos do combustível de aviação, da melhoria na infraestrutura, entre outras medidas necessárias para apoiar o empresariado e os profissionais do setor. Para trazer de volta tantos profissionais demitidos ou atrair os que nunca viram atrativos nesse setor. Percalços existirão, mas a longo prazo sairemos vitoriosos. Deixa o Turismo crescer, ministro. Você não se arrependerá. O Brasil gradece."

Queda em seis Estados

Regionalmente, seis dos 12 locais pesquisados acompanharam este movimento de retração verificado na atividade turística nacional (-0,8%). A influência negativa mais relevante ficou com São Paulo (-2,9%), seguido por Santa Catarina (-3,7%), Ceará (-5,4%) e Minas Gerais (-1,5%). Em sentido oposto, Distrito Federal (8,3%) e Bahia (2,4%) assinalaram os principais avanços em termos regionais.

Na comparação de fevereiro de 2024 com fevereiro de 2023, o índice de volume de atividades turísticas no Brasil apresentou variação positiva de 0,3%, 35ª taxa positiva seguida, sendo impulsionado, principalmente, pelo aumento na receita de empresas que atuam nos ramos de restaurantes; serviços de bufê; agências de viagens; e espetáculos teatrais e musicais. Um crescimento tímido, quase empate técnico.

Em termos regionais, seis das 12 UFs onde o indicador é investigado mostraram avanço nos serviços voltados ao Turismo, com destaque para Minas Gerais (4,9%), seguido por Rio de Janeiro (2,6%) e Bahia (5,7%). Em contrapartida, Espírito Santo (-12,2%), Goiás (-8,9%), Rio Grande do Sul (-3,4%) e Distrito Federal (-3,9%) exerceram os principais impactos negativos do mês.

No indicador acumulado do primeiro bimestre de 2024, o agregado especial de atividades turísticas mostrou expansão de também tímidos 0,3% frente a igual período do ano passado.

Regionalmente, seis dos 12 locais investigados também registraram taxas positivas, em que sobressaíram os ganhos vindos de Minas Gerais (7,6%), seguido por Rio de Janeiro (3,6%), Bahia (3,2%) e Pernambuco (4,0%). Em sentido oposto, Distrito Federal (-7,5%), Rio Grande do Sul (4,8%), Goiás (-8,6%) e Espírito Santo (-10,3%) registraram os impactos negativos mais importantes no acumulado do ano no Turismo.

Volume dos Serviços recua em fevereiro

Os dados gerais da PMS ainda apontam que em fevereiro de 2024 o volume de serviços no Brasil mostrou retração de 0,9% frente a janeiro de 2024, na série com ajuste sazonal, após registrar três resultados positivos consecutivos, período em que acumulou um ganho de 1,5%.

Dessa forma, o setor de serviços se encontra 11,6% acima do nível de fevereiro de 2020 (pré-pandemia) e 1,9% abaixo de dezembro de 2022 (ponto mais alto da série histórica). No confronto contra fevereiro de 2023, sem ajuste sazonal, houve expansão de 2,5% em fevereiro de 2024, segundo resultado positivo seguido.

No indicador acumulado do primeiro bimestre deste ano, o volume de serviços teve crescimento de 3,3% frente ao mesmo período de 2023.

O acumulado nos últimos 12 meses mostrou perda de dinamismo ao passar de 2,3% em janeiro para 2,2% em fevereiro de 2024, mantendo, assim a trajetória descendente verificada desde outubro de 2022 (9%).

Divulgação

Quer receber notícias como essa, além das mais lidas da semana e a Revista PANROTAS gratuitamente?
Entre em nosso grupo de WhatsApp.

Tópicos relacionados

Avatar padrão PANROTAS Quadrado azul com silhueta de pessoa em branco ao centro, para uso como imagem de perfil temporária.

Conteúdos por

Victor Fernandes

Victor Fernandes tem 6060 conteúdos publicados no Portal PANROTAS. Confira!

Sobre o autor

Colaboração para o Portal PANROTAS