Maria Izabel Reigada   |   21/01/2008 11:03

Familiares de vítimas do JJ 3054 protestam em CGH

Familiares de vitimas do JJ 3054 protestam em CGH Familiares e amigos das vitimas do acidente com o Airbus da Tam, em 17 de julho do ano pas

Familiares e amigos das vítimas do acidente com o Airbus da Tam, em 17 de julho do ano passado, reuniram-se ontem no Aeroporto de Congonhas, na capital paulista, para fazer uma manifestação marcando os seis meses da tragédia, que deixou 199 vítimas. Eles percorreram os saguões do aeroporto com faixas e um megafone, explicando aos passageiros que o objetivo da manifestação era pedir que os documentos ainda não entregues à polícia para compor o inquérito policial sejam encaminhados o quanto antes, para que as investigações possam ter andamento.

“Nós queremos simplesmente verdade e justiça. Queremos saber o que de fato ocorreu, quem são os responsáveis e que eles sejam punidos”, disse o presidente da Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Vôo Tam JJ3054 (AfaviTam), Dario Scott.

Os manifestantes pediram também que um representante da Anac e da Infraero comparecessem ao saguão para que o manifesto fosse entregue a eles. Somente um funcionário da Infraero atendeu ao pedido. “Queríamos um representante da Anac e da Infraero para que eles encaminhassem isso dentro dos órgãos para, quem sabe, as coisas fluírem mais rápido. Porque por ordem judicial, ainda não cumpriram as solicitações do delegado”.

O manifesto diz que a polícia de São Paulo pede explicações sobre quem teria liberado a pista principal para o pouso das aeronaves, pede o laudo da Polícia Federal sobre a perícia da pista, a transcrição dos 23 minutos suprimidos da gravação da caixa-preta do avião, o relatório dos exames da pista de Congonhas, realizados após o acidente e também o projeto de pavimentação da pista, as atas de todas as reuniões da Anac sobre a pista de Congonhas a partir de dezembro de 2006. O manifesto diz ainda que a ex-diretora da Anac, Denise Abreu, foi intimada três vezes a depor no 27o Distrito Policial, mas não compareceu. “Ela insiste em obstruir o andamento do inquérito, usando artifícios jurídicos para não comparecer, numa clara demonstração de deboche às autoridades, como já fez em seu depoimento à CPI do Apagão Aéreo”, afirma o manifesto.

Na noite de ontem, representantes da AfaviTam estiveram reunidos com a presidência da companhia aérea em um hotel da zona sul da capital. Dario Scott afirmou ainda que o presidente da Tam, David Barioni, compareceu à reunião para conhecer os familiares das vítimas e se colocar à disposição como interlocutor desses familiares. “Acredito que há algum problema de comunicação dentro da Tam com relação ao que estávamos solicitando, e ele se colocou à disposição para ser um contato direto”.

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