Felipe Niemeyer   |   08/07/2009 21:28

Aviação regional é tema de debate no CTur da CNC

O Conselho de Turismo da CNC deu seguimento hoje aos debates relacionados ao futuro da aviação brasileira. A convidada desta vez foi a professora Lúcia Helena Salgado, do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), que falou especialmente sobre aviação regional.

O Conselho de Turismo da CNC deu seguimento hoje aos debates relacionados ao futuro da aviação brasileira. A convidada desta vez foi a professora Lúcia Helena Salgado, do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), que falou especialmente sobre aviação regional.

Lúcia apresentou um estudo desenvolvido pelo Ipea, que foca exatamente a aviação regional e a necessidade de um marco regulatório específico para o segmento. O estudo compreende o período entre 1998 e 2008. De acordo com a pesquisa, neste período houve uma queda acentuada na qualidade da cobertura de voos regionais no País, resultado, em parte, da falta de uma regulamentação específica para o segmento que estimule a criação de políticas públicas para para o desenvolvimento do setor.

Segundo Lúcia, nos dez anos que compreendem o estudo, 44% dos aeroportos brasileiros que operavam voos regionais deixaram de funcionar, gerando uma concentração em aeroportos de médio e grande portes. Também, 35% das microrregiões brasileiras deixaram de ser atendidas pelo modal aéreo, afetando 7% da população.

A professora destacou a necessidade de incentivo a alianças estratégicas, buscando sinergia e integração entre a aviação comercial regular e a regional, como alternativa de governança inteligente. "Há interesse da demanda por essa integração de voos, mas isso não entra como preceito para a elaboração de políticas públicas de desenvolvimento dos destinos", disse Lúcia.

Ainda de acordo com ela, já está na pauta do governo propor mecanismos de fomento e políticas públicas específicas para a aviação regional. "Mas ainda falta articulação entre os agentes do setor público para a tomada de decisão de forma coordenada e efetiva".Além dessa falta de coordenação entre poderes, e da falta de um marco regulatório mais específico, Lúcia destacou a alta carga tributária no Brasil e as assimetrias socio-econômicas como fatores que travam o desenvolvimento da aviação regional.

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