Artur Luiz Andrade   |   23/07/2012 15:14

Receita de ancillaries cresce nas grandes aéreas

A receita gerada pela venda de serviços extras (ancillaries ou merchandising) pelas companhias aéreas no ano passado chegou a R$ 47,4 bilhões (18,2 bilhões de euros), segundo estudo financiado pelo Amadeus e realizado pela Ideaworks Company

A receita gerada pela venda de serviços extras (ancillaries ou merchandising) pelas companhias aéreas no ano passado chegou a R$ 47,4 bilhões (18,2 bilhões de euros), segundo estudo financiado pelo Amadeus e realizado pela Ideaworks Company. O resultado foi gerado pela análise dos resultados financeiros de 108 companhias aéreas em todo o mundo, 50 das quais já especificam sua atividade com a venda de ancillaries. Os números se referem, portanto, às 50 empresas que divulgam esses resultados em separado.

Nesses serviços auxiliares que geram receita extra estão inclusas taxas extras por serviços à la carte, venda de carro ou hotel e também outros serviços oriundos de cartões de crédito co-branded, programas de fidelidade e outras atividades. Os R$ 47,4 bilhões representam crescimento de 66% em dois anos, pois em 2009, a receita conhecida era de R$ 27 bilhões (em 47 companhias aéreas).

Anteriormente limitada às empresas low cost/low fare, a receita de ancillaries hoje em dia é uma prioridade para companhias aéreas em todo o mundo, segundo a pesquisa.

"Temos visto a indústria se movimentar rapidamente para agarrar algumas oportunidades claras de oferecer serviços auxiliares, como taxas de bagagens, poltronas com mais espaço para as pernas e comida a bordo. A próxima onda de inovação em ancillaries virá das companhias que desenvolvem novos produtos que apoiam o posicionamento da marca e entregam valor ao viajante, ao atender suas necessidades individuais e preferências", disse o VP sênio de Distribuição do Amadeus, Holger Taubmann.

Segundo Jay Sorensen, presidente da Ideaworks, "uma estratégia de multi-canais na distribuição das ancillaries é fundamental". "O Amadeus está trabalhando com 46 empresas aéreas, que assinaram com a Amadeus Ancillary Services Solution, que entregará uma oferta que tornará a experiência de viagem sob medida e criará novas fontes de receita, agora e no futuro".

AS GRANDES
Segundo o estudo, as maiores receitas de ancillaries vêm das maiores companhias aéreas. O Top 10 é liderado pela United (US$ 5,1 bilhões), Delta (US$ 2,5 bilhões) e American Airlines (US$ 2,1 bilhões), seguidas de Qantas (US$ 1,4 bilhão), Southwest (US$ 1,2 bilhão), Easyjet (US$ 1,1 bilhão), Ryanair (US$ 1,1 bilhão), US Airways (US$ 1,1 bilhão), a brasileira Tam(US$ 667 milhões) e o Alaska Air Group (US$ 610 milhões). De acordo com a pesquisa da Ideaworks, a Tam e a Qantas só estão no Top 10 devido à receita gerada por seus programas de fidelidade (mais de 75% do que é gerado por ancillaries). Essas dez empresas foram responsáveis por 75% do que foi reportado pelas 50 aéreas do estudo, ou quase 14 bilhões de euros.

A Southwest estreia no Top 10 e somente com a cobrança de US$ 10 por embarque antecipado arrecadou US$ 142 milhões (114 milhões de euros). Já o programa Business Select, com benefícios como fila exclusiva para passar na segurança dos aeroportos, embarque prioritário e coquetel de boas vindas, gerou outros US$ 96 milhões (77 milhões de euros). E a parceria com cartões de crédito no programa de fidelidade gerou uma receita extra de US$ 250 milhões para a Southwest,

A receita com ancillaries chega a 33,2% na empresa low cost/low fare Spirit Airlines, e 27% na Jet2.com e na Allegiant. Na Easyjet e na Ryanair representa pouco mais de 20% da receita total dessas empresas.

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Sobre o autor

Artur Luiz Andrade é editor-chefe da PANROTAS, jornalista formado pela UFRJ e especializado em Turismo há mais de 30 anos.