Artur Luiz Andrade   |   28/04/2015 10:41

América Latina preocupa analistas de aviação

a América Latina ainda é vista como região de crescimento para aviação e com otimismo, mas há problemas pontuais e conjunturais que preocupam, como infraestrutura e excesso de regulação dos governos

LAS VEGAS - Um dos paineis do primeiro dia do Capa Americas AViation Summit, que ocorre em Las Vegas, com patrocínio da Travelport, entre outras empresas, tratou da aviação na América Latina. Segundo o moderador Alex de Gunten, da Heico, de 60% a 65% do movimento aéreo da região está concentrado em dois países: México e Brasil.

Pelo que se ouviu dos painelistas, que incluíram Alex Malfitani, presidente do programa Tudo Azul, da Azul Linhas Aéreas, e Marcelo Varella, ex-Latam e agora diretor de Desenvolvimento do Rio Galeão, a América Latina ainda é vista como região de crescimento e com otimismo, mas há problemas pontuais e conjunturais que preocupam.

No Brasil, o grande problema parece ser a infraestrutura. Segundo Malfitani, a Copa do Mundo e a Olimpíada são mais distrações que eventos que trarão benefícios, mas para a aceleração do processo de concessão de aeroportos foram importantes. Sem esses eventos, os avanços não teriam ocorrido. Peter Cerdá, vice-presidente da Iata para as Américas, concorda e vai além: "a longo prazo, teremos uma situação melhor no Brasil em relação a aeroportos, mas a curto prazo ainda são um problema".

O presidente do Tudo Azul citou ainda a demora do governo em fazer melhorias em aeroportos secundários (com isso a empresa deixou de operar em três cidades, ao trocar as aeronaves da antiga Trip por aviões maiores) e o excesso de capacidade em algumas rotas. "Nossos clientes mostram que querem que voemos para Estados Unidos, alguns países na Europa e Buenos Aires, mas não conseguiríamos uma operação rentável para a Argentina, pois há um excesso de oferta", disse ele, dizendo que a Azul vai concentrar esforços na Flórida e outros destinos americanos.

Peter Cerdá usou de eufemismo para analisar a situação da Venezuela e acredita que as empresas aéreas não verão tão cedo os quase US$ 4 bilhões devidos pelo governo daquele país às companhias. "É uma situação muito delicada". Em escala menor, o VP da Iata disse que a associação acompanha de perto a situação da Argentina, mas que está otimista que as eleições deste ano tragam uma nova posição do país.

Ele ainda citou o excesso de taxas e impostos cobrados por governos e aeroportos na América Latina. "Eles veem a aviação não como estratégica mas como uma fonte de dinheiro apenas".

No México, a situação dos aeroportos também preocupa, com o governo prometendo um novo para a Cidade do México, mas com diversos outros destinos precisando de mais infraestrutura. A situação precária de aeroportos secundários e terciários, que serão importantes para que a América Latina dobre o número de passageiros até 2025, chegando a cerca de 500 milhões, é recorrentes em diversos países, incluindo o Brasil.

Marcelo Varella, do Rio Galeão, disse que as companhias nacionais estão mais maduras no ajuste de suas capacidades e que a concessão de aeroportos vai ajudar o Brasil a desenvolver outras bases fora do Rio e de São Paulo, o que é bom também para o negócio das companhias.

O Portal PANROTAS viaja a convite da Travelport, com proteção GTA

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