Antonio R. Rocha   |   16/09/2015 15:27

RN quer reduzir QAV para conquistar hub da Latam

A audiência na manhã desta quarta-feira (16) entre representantes do Governo do Estado do Rio Grande do Norte com diretores da Petrobras, para tratar de possível redução de 8% a 10% no preço da distribuição do querosene de aviação (QAV) no RN, não trouxe, por enquanto, o resultado desejado.

A audiência na manhã desta quarta-feira (16) entre representantes do Governo do Estado do Rio Grande do Norte com diretores da Petrobras, para tratar de possível redução de 8% a 10% no preço da distribuição do querosene de aviação (QAV) no RN, não trouxe, por enquanto, o resultado desejado.

Ou seja: o Rio Grande do Norte não leva para a reunião desta quinta-feira com a diretoria da Latam, na sede da Tam, em São Paulo, o trunfo que esperava para conquistar o hub que a aérea sul-americana vai instalar no próximo ano no Nordeste (Natal/São Gonçalo do Amarante, Recife e Fortaleza disputam o centro de conectividade e distribuição de carga).

O Rio Grande do Norte está preocupado com ações que os Estados concorrentes estariam promovendo nos bastidores. Daí, quer aproveitar a proximidade da refinaria Clara Camarão, que produz querosene de aviação no município de Guamaré (140 quilômetros de Natal), para oferecer vantagens no preço final do combustível, a partir de uma provável duplicação da produção, com a atração do hub da Latam.

O economista e mestre em Economia da Energia pelo Instituto Francês do Petróleo e presidente do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (Cerne), Jean-Paul Prates, disse que o Rio Grande do Norte, na busca por uma eventual redução no preço do combustível, teria que apresentar argumentos logísticos e comerciais à Petrobras para convencê-la da viabilidade de reduzir o valor do querosene de aviação no Estado.

Prates defende que, se o Rio Grande do Norte pretende agregar esse desconto como vantagem nessa queda de braço com Pernambuco e Ceará, seria preponderante, realmente, trabalhar o aspecto da logística, a partir da proximidade da refinaria. Os caminhos são complexos, segundo ele, porém viáveis.

Uma negociação com vistas à redução do QAV, segundo o especialista, passa necessariamente pela cúpula da estatal e precisa estar muito bem fundamentada. "O acionista vai querer saber o porquê da eventual concessão e quais as vantagens para a empresa", garante Jean-Paul Prates.

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