Artur Luiz Andrade   |   30/03/2016 10:52

Gol: prejuízo de R$ 4,3 bi e corte de 18% nas decolagens

A Gol Linhas Aéreas registrou prejuízo recorde em 2015, totalizando perdas de R$ 4,3 bilhões, crescimento de 280% sobre os resultados de 2015. Em mensagem ao mercado, o presidente da companhia, Paulo Kakinoff, disse que os números se devem às circunstâncias da economia brasileira e da região.

A Gol Linhas Aéreas registrou prejuízo recorde em 2015, totalizando perdas de R$ 4,3 bilhões, aumento de 280% sobre os resultados de 2014. Em mensagem ao mercado, o presidente da companhia, Paulo Kakinoff, disse que os números se devem às circunstâncias da economia brasileira e da região.

“Os resultados financeiros de 2015 da Gol refletem o cenário da economia brasileira desde o final de 2014, impactando a indústria aérea nacional. A Gol apresentou neste ano um prejuízo operacional de R$ 183,8 milhões com margem negativa de 1,9%. Em 2015, o prejuízo líquido foi de R$ 4,3 bilhões – impactado, fundamentalmente, pela desvalorização do real e do bolívar venezuelano frente ao dólar americano e baixa de créditos fiscais diferidos e de imposto de renda. Os prejuízos acumulados refletem a variação cambial acumulada de R$ 4,5 bilhões dos cinco últimos anos, que levaram a Gol a registrar um patrimônio líquido negativo de R$ 4,3 bilhões”, explicou Kakinoff. Somente no quarto trimestre de 2015 o prejuízo foi de R$ 1,13 bilhão, mostrando o ápice da crise econômica brasileira.

Por causa dos resultados, a empresa modificou sua projeção de operação para este ano e aumentou a previsão de redução das decolagens e assentos, que poderá chegar aos 18%, refletindo um corte de oferta de assentos por quilômetros – ASK – de até 8% (contra 6% da projeção anterior).

A receita líquida em 2015 foi de R$ 9,8 bilhões, uma queda de 2,9% em relação a 2014. As receitas auxiliares e de cargas atingiram R$ 1,2 bilhão, um crescimento de 17,1% e uma participação de 12,2% sobre a receita total. Entram nessa conta vendas a bordo, assentos especiais e taxas extras.

Em 2015, o EBITDAR alcançou R$ 1,3 bilhão, com margem de 13,7%. A companhia encerrou 2015 com uma posição de caixa de R$ 2,3 bilhões, o que representa 23,5% da sua receita líquida anual. Este montante contempla uma perda de R$ 423,8 milhões em variação cambial no último trimestre do ano, devido à desvalorização do bolívar venezuelano frente ao dólar.

“No último trimestre do ano, intensificamos a estratégia de racionalização de capacidade no mercado doméstico reduzindo em 3,7%. Para 2016, revisamos a projeção de oferta total, sendo: redução 15% e 18% na disponibilidade de assentos, 15% e 18% menor em volume de decolagens - ante pelo menos 6%; e 5% e 8% a menos em ASK. Esta iniciativa tem como objetivo a adequação da companhia ao patamar atual de demanda do mercado, além de mitigar o impacto inflacionário de 10,7% e cambial de 47,0% em 2015 em nossos resultados”, continuou o presidente da empresa em sua mensagem.

Outras medidas anunciadas pela Gol incluem a venda de cinco aviões; a suspensão de sete destinos operados (ainda não especificados); e a alteração no calendário de entregas de novas aeronaves entre 2016 e 2017 de 15 para uma.

“Com a confiança plena de estarmos construindo, mesmo neste período de turbulência, uma Gol ainda mais forte, robusta e eficiente, contamos com o empenho e esforço do nosso time de águias, a satisfação e fidelidade dos nossos clientes e o suporte dos nossos investidores e parceiros”, finalizou Paulo Kakinoff.

Quer receber notícias como essa, além das mais lidas da semana e a Revista PANROTAS gratuitamente?
Entre em nosso grupo de WhatsApp.

Tópicos relacionados

Foto de Artur Luiz Andrade

Conteúdos por

Artur Luiz Andrade

Artur Luiz Andrade tem 18743 conteúdos publicados no Portal PANROTAS. Confira!

Sobre o autor

Artur Luiz Andrade é editor-chefe da PANROTAS, jornalista formado pela UFRJ e especializado em Turismo há mais de 30 anos.