Henrique Santiago   |   14/12/2015 16:59

ESPECIAL MARIANA: trade busca formas de se reerguer

Mais de trinta dias se passaram desde o rompimento da barragem Fundão, da mineradora Samarco, que atingiu criticamente o distrito de Bento Rodrigues.


(Fonte: ABIH/Samarco)

Mais de trinta dias se passaram desde o rompimento da barragem Fundão, da mineradora Samarco, que atingiu criticamente o distrito de Bento Rodrigues. Ainda que se tenha comovido com o ocorrido, o secretário adjunto de Cultura, Turismo e Esportes, José Luiz Papa, diz que o órgão não pensa em números expressivos em queda de viagens para Mariana.

A ação da entidade causa incômodo entre o trade de Mariana que, justamente aponta a falta de atitudes para reerguer a cidade pós-tragédia. O proprietário da Bizute Receptivo, Luiz Otávio da Trindade, é um dos insatisfeitos. Somente nos primeiros dias após o derramamento de rejeitos, quatro grupos cancelaram visita à cidade e os serviços.

O prejuízo ultrapassou R$ 20 mil e o descontentamento não tem preço. Com apenas um veículo na frota e a experiência de quase 50 anos de Turismo, Trindade recebia grupos de cerca de 50 pessoas semanalmente. Até mesmo estrangeiros se encantavam com a cidade. Mas hoje sua realidade é outra.


Trindade foi prejudicado em mais de R$ 20 mil (Foto: Arquivo Pessoal)

Com o agravamento financeiro, Trindade teve de interromper até os seus sonhos pessoais. Com formação em Turismo e História da Arte, ele se preparava para iniciar a graduação em Direito. Enquanto não sabe quando e como retomará seus planos, o profissional abriu um processo contra a Samarco por reparação de danos.

Mesmo com o cenário desfavorável, o dono da Bizute Receptivo enxergou boas oportunidades para voltar a crescer. Ainda que à primeira impressão soe curioso, o empresário irá integrar Bento Rodrigues em seus passeios a partir do ano que vem. “A exposição na mídia foi boa por colocar Mariana em evidência”, concluiu.

HOTÉIS SE MEXEM
Assim como os receptivos de Mariana, a hotelaria busca soluções para enfrentar de frente uma crise dupla que bateu de frente com o momento político-econômico do Brasil e o rompimento da barragem da Samarco. Até o momento, a saída está nas promoções mais do que convidativas para trazer mais hóspedes.


(Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

De acordo com o presidente da ABIH Regional Circuito do Ouro de Minas Gerais, Antoninho Santos, os hotéis e as pousadas já passavam por uma queda constante até se firmar após o fatídico 5 de novembro. O fechamento dos números do mês passado ainda não foi concluído, mas não deve ser satisfatório.

Com mais de 600 desabrigados, os empreendimentos se tornaram a “moradia de aluguel” dos sobreviventes com todos os custos bancados pela Samarco. Aos poucos, no entanto, eles são realocados para casas alugadas e os hotéis liberam os quartos. “Nós nos recuperamos momentaneamente com a tragédia”, afirmou Santos.

Quer receber notícias como essa, além das mais lidas da semana e a Revista PANROTAS gratuitamente?
Entre em nosso grupo de WhatsApp.

Tópicos relacionados

Avatar padrão PANROTAS Quadrado azul com silhueta de pessoa em branco ao centro, para uso como imagem de perfil temporária.

Conteúdos por

Henrique Santiago

Henrique Santiago tem 3136 conteúdos publicados no Portal PANROTAS. Confira!

Sobre o autor

Colaboração para o Portal PANROTAS