Renato Machado   |   18/10/2017 16:17

Nuzman e Cabral denunciados por corrupção na Rio 2016

Os desdobramentos da Operação Unfair Play, deflagrada em 5 de outubro e que investiga a compra de votos para que o Rio de Janeiro fosse escolhido sede das Olimpíadas de 2016, continuam. Nesta quarta-feira, o Ministério Público Federal no Rio (MPF/RJ) apresentou de

Agência Brasil/Tânia Rêgo
Carlos Arthur Nuzman é interrogado na sede da Polícia Federal
Carlos Arthur Nuzman é interrogado na sede da Polícia Federal
Os desdobramentos da Operação Unfair Play, deflagrada em 5 de outubro e que investiga a compra de votos para que o Rio de Janeiro fosse escolhido sede da Olimpíada de 2016, continuam. Nesta quarta-feira, o Ministério Público Federal no Rio (MPF/RJ) apresentou denúncia contra o ex-presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Carlos Arthur Nuzman, o ex-governador Sérgio Cabral, entre outros.

Tanto Nuzman quanto Cabral, além do ex-diretor de Operações e Marketing do COB, Leonardo Gryner, o empresário Arthur Soares e os senegaleses Papa Massata Diack e Lamine Diack foram denunciados por corrupção. Nuzman e Gryner também responderão por organização criminosa e há também denúncias de lavagem de dinheiro e evasão de divisas contra Nuzman.

Segundo o MPF, Cabral, Nuzman e Gryner solicitaram repasses de recursos diretamente com Arthur Soares, prometendo posteriormente vantagens indevidas a Lamine Diack e seu filho, Papa Massata. O objetivo final, de acordo com a denúncia, era garantir os votos necessários para que o Rio fosse a sede escolhida. No texto, o órgão afirma que essa conduta configura corrupção passiva.

Na denúncia, Nuzman e Gryner foram equiparados a funcionários públicos, “uma vez que tanto o COB quanto o Comitê Organizador dos Jogos receberam e eram gestores de verbas públicas e exerciam, por delegação, uma atividade típica de Estado: o desporto”, segundo o MPF. “Onde existe verba pública, existe dever de probidade e existe a responsabilidade daqueles que a gerem, podendo, portanto, ser responsabilizados quando atuarem em contrariedade ao que determina a lei”, reforça.

A investigação identificou depósitos de empresas de Soares e empresas de Papa Massata Diack, em montante que chega à casa dos US$ 2 milhões. À época, o pai de Papa, Lamine Diack, atuava como presidente da Federação Internacional de Atletismo (IAAF) e era membro do Comitê Olímpico Internacional (COI).

Há na denúncia do MPF-RJ citações à Lei Pelé (Lei 9.615/98), que determina a competência do COB para representar o País em grandes eventos esportivos. ““A despeito de tratar-se de uma 'pessoa jurídica de direito privado', o Comitê Olímpico Brasileiro, por meio de seus dirigentes, representa a República Federativa do Brasil em eventos esportivos internacionais, recebe verba pública (que representa a maior parte de seu orçamento) e, ainda, exerce uma atividade típica da Administração Pública Federal ao fomentar e organizar as atividades desportivas olímpicas no Brasil.”

Carlos Arthur Nuzman também é acusado de dissimular a propriedade e a origem de 16 quilos de ouro (avaliados em R$ 1,5 milhão) mantidos em um cofre na Suíça. Além da condenação dos envolvidos, os procuradores pediram a reparação por danos materiais no valor de R$ 6,34 milhões e de danos morais no valor de R$ 1 bilhão.


*Fonte: Agência Brasil

conteúdo original: http://bit.ly/2kXaXpY

Quer receber notícias como essa, além das mais lidas da semana e a Revista PANROTAS gratuitamente?
Entre em nosso grupo de WhatsApp.

Tópicos relacionados

Avatar padrão PANROTAS Quadrado azul com silhueta de pessoa em branco ao centro, para uso como imagem de perfil temporária.

Conteúdos por

Renato Machado

Renato Machado tem 1403 conteúdos publicados no Portal PANROTAS. Confira!

Sobre o autor

Colaboração para o Portal PANROTAS