Roberta Queiroz   |   12/07/2016 18:07

Silversea ainda enfrenta desconhecimento dos clientes

O desconhecimento sobre a marca permanece como a principal dificuldade da Silver Sea para aumentar o número de brasileiros a bordo. Segundo a diretora de Vendas da armadora de luxo para o Brasil, Lígia Secco, os navios que ocupam a costa do País são a única refer&

Jhonatan Soares
Na home, a diretora nacional de Vendas da Silversea, Lígia Secco. Aqui, Lígia posa com a diretora da armadora para a América Latina, Silvia St. Lawrence, e o embaixador do Venetian Society, o programa de fidelidade da Silversea, Fernando Barroso

O desconhecimento sobre a marca é encarado como principal dificuldade da Silversea para aumentar o número de brasileiros a bordo. Segundo a diretora de Vendas da armadora de luxo para o Brasil, Lígia Secco, os navios que ocupam a costa do País são a única referência da maioria dos potenciais clientes, algo que atrapalha a estratégia da empresa.

“A cultura de cruzeiros não é muito forte no Brasil. Muitas pessoas perdem a oportunidade de navegar em uma de nossas embarcações por falta de informação. É o que eu sempre digo: é preciso colocar o cliente certo na companhia certa”, afirmou Lígia.

Apesar de não confirmar dados sobre o Brasil relacionados ao primeiro semestre ou ao último ano, Lígia destacou que o brasileiro segue viajando mesmo em cenário de crise. “A frequência e os dias em alto mar foram reduzidos, mas o cruzeiro continua na lista de viagens”, disse, concordando com a máxima de que o mercado de luxo está no paralelo das demais categorias da cadeira.

A Silversea registrou uma “leve queda” de brasileiros nos primeiros meses de 2016 por conta do IRRF. A contração da alíquota, que foi de 25% para 6%, trouxe efeito imediato e a procura pelos navios já aumentou. “Embarcamos o primeiro casal de brasileiros para o circuito de volta ao mundo este ano. Eles são curitibanos e passaram quatro meses a bordo”.

Outro ponto que dificulta atuação da Silversea no Brasil é a quantidade de taxas que, por sinal, fez muitas companhias deixarem o País ou abreviarem a frota. “Tentamos fazer um charter durante a Copa do Mundo, mas as taxas aumentavam a toda hora. É difícil fazer negócio por aqui. É mais vantajoso colocar navios no Mediterrâneo e na Ásia”, desabafou Lígia. “Acredito que isso pode melhorar. Nos Jogos Olímpicos, por exemplo, teremos um charter para a seleção de basquete dos Estados Unidos”.

RELACIONAMENTO COM O TRADE
Lígia tenta reverter a carência de informações sobre o portfólio da Silversea intensificando a atuação ao lado de agentes e operadores de viagens. “Estamos investindo em visitas e capacitações e, em breve, vou apresentar um webinar com o apoio da Qualitours”, revelou. Outra estratégia da diretora para um futuro próximo é associar a Silversea a marcas já consolidadas no segmento de luxo.

EXPEDIÇÕES
Recentemente, a companhia nomeou Oscar Dunn como diretor de Expedição para a América Latina. “Dunn assumiu o cargo há três meses e visitará o Brasil para ajudar a Lígia a treinar os agentes de viagens”, contou a diretora da Silversea para a América Latina, Silvia St. Lawrence.

A armadora possui nove navios, incluindo o Silver Muse, que será lançado no próximo ano. Três deles são de expedição e os demais de circuitos clássicos. Para reforçar a frota de expedição, o Silver Cloud será convertido. “A pessoa que busca esse produto quer combinar luxo e aventura. A faixa etária é a mesma dos navios clássicos, ou seja, de 40 a 60 anos. Quem gosta de safári, por exemplo, é um ótimo candidato para gostar de expedição”, explicou Lígia.

Os navios clássicos ainda são os “queridinhos” dos brasileiros. Os destinos mais procurados são Mediterrâneo e Caribe. “Mas isso munda muito de região para região. Enquanto os paulistas preferem Europa, os nordestinos optam por Caribe. O povo brasileiro é muito diverso”, ressaltou a diretora de Vendas.

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