Roberta Queiroz   |   17/11/2015 08:49

Após atentado, abalo nas vendas para Paris é mínimo

O Portal PANROTAS conversou com aéreas, operadoras e o órgão de promoção do país para saber a situação das vendas para a Cidade Luz após o ocorrido.

Na última sexta-feira (13), um atentado terrorista contra Paris deixou cerca de 130 mortos e 350 feridos. A investida do Estado Islâmico levou o presidente François Hollande a decretar estado de emergência e despertou insegurança entre nativos, estrangeiros e, claro, turistas. O Portal PANROTAS conversou com o órgão de promoção do país, operadoras e aéreas para saber a situação das vendas para a Cidade Luz após o ocorrido. Acompanhe:

ATOUT FRANCE
A partir do relato de operadoras e agências de viagens, a Atout France registrou desistências somente no final de semana seguinte ao atentado. “Foram poucas, por sinal. Percebemos somente que muitas pessoas preferiram adiar a reserva”, afirmou o diretor do órgão no Brasil, Jean-Philippe Pérol.

Para Pérol, a comoção pode afetar as vendas nas próximas duas semanas. “A emoção é muito grande. Só a Atout France recebeu mais de duas mil mensagens de brasileiros prestando solidariedade”, lembra. “As pessoas que escolheram Paris para as festas de fim de ano não estão cancelando, e isso muito nos alegra”, finaliza.

BON VOYAGE
Segundo o diretor da Bon Voyage, Marcelo Cukierkorn, a operadora não registou cancelamentos até agora. “Os passageiros que viajaram estão lá. Preocupados, mas bem. Falamos com eles e todos vão seguir a programação normalmente”, afirma. “Os receptivos locais estão dando apoio aos nossos clientes, só estão mais cuidadosos.”

A Bon Voyage oferece isenção de taxa para os clientes que optarem por adiar a viagem. O diretor da empresa falou sobre a influencia do atentado nas futuras vendas do destino. “É uma questão muito pessoal. Algumas pessoas podem acabar mudando de destino, mas aquelas que já conhecem não deverão mudar. Estamos com um grupo de 40 passageiros, por exemplo, e tudo está confirmado”, completa.

CVC
O diretor de Produtos Internacionais da CVC, Adriano Gomes, também não registrou desistências após o atentado à capital francesa. “Estamos surpresos com a falta de cancelamentos, apenas detectamos quatros transferências de datas. O que houve, de fato, foram muitas dúvidas sobre atrações abertas e fechadas. Respondemos os clientes conforme as informações dos turistas que estavam e continuam em Paris”, esclarece. Vale lembrar que atividades culturais, esportivas e atrações turísticas reabriram hoje para o público – todas com segurança reforçada.

De acordo com Gomes, os turistas que desembarcaram pela operadora nos últimos dias notaram demora na alfândega e na mobilidade urbana por causa do estado de emergência. “A rotina da cidade está voltando ao normal ou, pelo menos, ficando mais segura. Paris é a capital do turismo mundial, eles dependem dessa receita e a cidade não pode parar”, acredita.

A operadora também adotou a isenção de taxa para remarcação e está seguindo a política das companhias aéreas em relação à emissão de passagens. Gomes também não compartilha da ideia de que o episódio enfraquecerá a venda do destino.

“A resposta do país ao terrorismo foi muito rápida e as pessoas sentiram isso. No episódio do Charlie Hebdo, as vendas voltaram ao normal muito rápido. Assim como os parisienses, nossa cabeça continuará erguida”, disse. Atualmente, 90 circuitos da CVC passam por Paris.

MMTGAPNET
Por meio do plantão de atendimento 24 horas, a empresa verificou o bem-estar dos passageiros e a operação dos fornecedores. A supervisora de Marketing da MMTGapnet, Maryane Giacometi, disse que nenhum passageiro retornou durante a viagem e apenas duas desistências foram notificadas. “Até a situação ficar clara na cabeça das pessoas, vamos sentir, com certeza, uma queda nas vendas”, opina.

Maryane alegou que, neste momento, a promoção de França e países vizinhos será “esfriada”. Para aqueles que estão em viagem, os tours e passeios voltam ao normal amanhã (17).

AIR FRANCE
Procurada pelo Portal PANROTAS, a aérea não comentou sobre cancelamentos e volume de vendas. O site da companhia, no entanto, conta com um comunicado oficial que confirma todas as operações, recomenda a posse de um documento de identidade e informa sobre as condições de cancelamento.

Os passageiros que compraram passagens para a França entre os dias 13 e 16, e quiserem mudar a viagem, podem adiá-la até 22 de novembro (sem custo adicional na mesma categoria). Após essa data, adiamentos, alterações de destino e cancelamentos podem ser realizadas pela solicitação de um voucher (não reembolsável) válido por um ano.

Se o cliente possuir bilhete entre os dias 17 e 22 e decidir adiar, deve escolher uma data até o dia 15 de dezembro (sem custo adicional na mesma categoria). Depois desse período, o voucher também pode ser requisitado.

Segundo o documento, os viajantes podem realizar essas alterações pelo site ou direto com o agente de viagens.

TAM VIAGENS E TAM LINHAS AÉREAS
A Tam Viagens também não mencionou dados relacionados a cancelamentos e influência nas vendas. Em comunicado oficial, a operadora informa que serviços terrestres, como hospedagem e traslados, seguem a política comercial de cada parceiro. “A Tam Viagens não medirá esforços para apoiar seus passageiros na interlocução junto aos responsáveis pelos serviços”, afirma o comunicado.

Já a Tam Linhas Aéreas declara que alterações e reembolsos de bilhetes com destino ao Aeroporto de Charles Gaulle, em Paris, seguem as normas comerciais determinadas pela empresa e disponíveis no site.

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