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Artur Luiz Andrade   |   25/03/2013 11:20

Para empresários, megaeventos não impactarão negócios

Para os empresários brasileiros os investimentos em infraestrutura que estão sendo realizados para sediar a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016 serão o maior legado de longo prazo que os eventos deixarão

Para os empresários brasileiros os investimentos em infraestrutura que estão sendo realizados para sediar a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016 serão o maior legado de longo prazo que os eventos deixarão. Dados do International Business Report 2013 (IBR) da Grant Thornton International revelaram que 45,3% dos executivos consultados acreditam que a infraestrutura é o benefício mais relevante que ficará após a realização dos eventos esportivos. A pesquisa foi realizada com 300 empresas brasileiras.

No lado do empresariado, 58,7% acreditam que a Copa não impactará no seu lucro. Outro dado aponta que 5,3% afirmaram que terão elevação de mais de 10% do faturamento em função da Copa e Olimpíadas.

Além disso, IBR revelou também que 42,7% dos executivos creem que os estádios construídos terão boa utilização após a Copa. “As reestruturações que estão sendo feitas em algumas regiões poderão trazer transformações efetivas no futuro, como aconteceu em Londres, onde a região East London foi reformulada e permaneceu bastante atrativa mesmo após o evento esportivo”, diz Paulo Sérgio Dortas, Managing Partner da Grant Thornton Brasil.

Como se tratam de eventos com data para inicio e termino, há uma certa descrença quanto ao impacto permanente no lucro e no faturamento após o fim dos megaeventos, comenta Dortas.

As empresas não pretendem aumentar as contratações também. Segundo o IBR, 64% dos empresários brasileiros disseram que não contratarão em função dos eventos. “As contratações devem acontecer, porém muito mais em caráter temporário do que a geração de empregos fixos”, comenta Dortas.

Segundo Paulo Sérgio Dortas, uma das maiores lições para os brasileiros é entender que “não adianta apenas fazer belos estádios e vilas olímpicas, é preciso investir também no transporte público e estradas”.

Para a grande maioria do empresariado brasileiro (70%) os megaeventos esportivos vão contribuir para o crescimento da economia. Na África do Sul, o impacto geral na economia também foi positivo: os gastos com cartões apresentaram elevação de 55% e as vendas no varejo registraram expansão de 7,4%, na comparação com o mesmo período do ano anterior. No Reino Unido, o governo anunciou que a Olimpíada em Londres trouxe 13 bilhões de libras em benefícios econômicos, sendo seis bilhões em forma de investimento direto estrangeiro.

Para os entrevistados, o setor de turismo (49,3%) será o mais beneficiado, seguido pelo de construção civil (22,7%) e infraestrutura (16%). O setor privado deve continuar investindo pouco em função dos megaeventos, uma vez que 80% das companhias brasileiras pesquisadas disseram que não pretendem aumentar investimentos. “Pequenas e médias empresas que fornecem produtos e serviços relacionados às obras, por exemplo, devem aproveitar a oportunidade para impulsionar seus negócios”, afirma Dortas.

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