Fabíola Bemfeito   |   26/12/2010 03:05

Trade fala sobre trajetória e perda de Bezerra de Mello

“Com o falecimento de Álvaro Bezerra de Mello, perde o Brasil um de seus homens mais dignos e idealistas. E não apenas o turismo. Desde 1986 aprendi a admirá-lo e a ouvir suas sábias avaliações e reflexões sobre nosso frágil setor. Dele só recebi carinho, amizade e ensinamentos.

“Com o falecimento de Álvaro Bezerra de Mello, perde o Brasil um de seus homens mais dignos e idealistas. E não apenas o turismo.
Desde 1986 aprendi a admirá-lo e a ouvir suas sábias avaliações e reflexões sobre nosso frágil setor. Dele só recebi carinho, amizade e ensinamentos.
Foi um grande parceiro e confidente meu, principalmente a partir de 1992, atuante que era com os projetos e políticas que desenvolvemos quando na Embratur e Ministérios da Industria Comércio e Turismo e Ministério de Esportes e Turismo.
Tive o privilégio como muitos de vocês de conviver com esse professor de ética, sempre elegante, sempre jovem, sempre querendo o melhor para o País e o seu Rio de Janeiro.
Que descanse em paz e que fiquem seus exemplos. O setor mais do que nunca precisa deles.
Sentimentos aos familiares pela perda irreparável.

CAIO LUIZ DE CARVALHO
Presidente da São Paulo Turismo

Amigos e colegas do Alvaro,
Muitos de nossos colegas tentaram chamá-lo de dr. Alvaro, e até mesmo de Sr., mas ele resistia, e assim procedendo afirmava uma característica sua, a dispensa de formalidade. Com seus cabelos brancos, ele sabia como aproximar as pessoas e com elas estabelecia um vinculo de amizade. Não foram poucas as vezes que os mais jovens e até mesmo colaboradores da ABIH Nacional me diziam: `Fico envergonhado, mas ele insiste que eu chame de Alvaro!!´.
Deixava seus merecidos títulos nas gavetas da vida, dentre os quais o fato de ter sido formado em Harvard (EUA). Fluente em várias línguas, a que mais utilizava era para o deslizar de doces palavras, atenções e constantes gestos de elegância. Elegância no vestir, no andar, no se referir aos outros. Um atleta das águas do Rio, que o mantiveram forte, ereto e formoso por longo tempo.
Casado com uma mulher exemplar, dona Ivone, não cansava de falar com orgulho daquela que ele tanto amou, descrevia sua obra em prol dos mais carentes, e falava de boca cheia, lamentando a pouca visão dos nossos, em enxergar o que para o Exterior já era tão claro.
Exercitou a paciência dos sábios, sendo instigado, mas ouvindo. Tomou suas decisões e, na hotelaria brasileira, ressaltou sua paixão pelo Rio, transbordando em ações em prol do melhor para todo o Brasil.
Foi por muito tempo o fiel da balança e na ABIH viu uma parte de seus sonhos pessoais se realizarem, porque dela sua empresa fez parte desde a fundação. Alvaro respirou a ABIH por longos e bons anos. Foi presidente da ABIH-RJ, diretor e vice-presidente da Nacional em vários mandatos. Emprestou seu nome e prestigio a muitas gestões.
Era de poucas palavras, mas optava pelo bom senso, no agir e no querer. Contemplou diferenças, conviveu com desiguais, teve de respirar fundo muitas vezes, e sempre prevalecia o exercício da paciência.
Como todo ser que veio para também brilhar, compartilhou sua sabedoria ensinando a melhor viver. Falava com orgulho de seus filhos que vivem fora do País e de sua filha que mora no Brasil. Carioca por opção, lá no fundo do seu coração falava alto ser nordestino e pesou forte as suas origens para desenvolver a hotelaria da Bahia, Ceará e outros Estados, com empreendimentos da Rede Othon.
Foi homem de livre trânsito entre as elites empresariais do eixo Rio-SP, mas isto não mudou o seu semblante e os seus atos. Alvaro escreveu seu nome na história do empresariado de nosso País, porque realizou, com gestos, obras e profissionalismo, muitas coisas em prol da construção do nosso desenvolvimento.
Ele partiu de uma forma que não lhe trouxe sofrimento ou dor, foi como chegou, e para onde vai, festejará a colheita de sua trajetória, mistério este que somente Deus poderá nos desvendar. A nós a saudade do amigo e valioso colega. Ao Brasil, mais algumas linhas, na construção do lado bom da nossa história.
Algumas perdas podem parecer irreparáveis, se nós não alcançarmos o valor delas, o que delas fluiu e surgiu, porque vieram e porque se foram. Perder pessoas queridas é, além da dor, a sensação do vazio que fica no lugar que nossos olhos continuam a querer ver.
Que Deus traga força e paz à vida da mulher, filhos e netos do nosso querido Alvaro, para que possam suportar a dor da perda e da ausência, mas que no íntimo possam despertar para o orgulho de ser parte de alguém que cumpriu com fervor a sua obra.”

ERALDO ALVES DA CRUZ
Amigo do Alvaro, vice-presidente CTur-CNC, membro do Conselho de ex-presidentes da ABIH Nacional

“Perder o Alvaro na véspera de Natal, quando todos se preparam para comemorar, é muito difícil. Mas dificil talvez é encontrar as palavras certas para fazer jus à memória dele, à contribuição constante pelo turismo e hotelaria, as atitudes exemplares, tudo o que ele representou para nós como companheiro, colega e amigo.
Agradeço o Eraldo por ter encontrado sim as palavras certas e preparado esta homenagem bonita, justa elegante, carinhosa que, afinal, tem a cara do Alvaro. Parece que vejo o sorriso dele ao tomar conhecimento do texto, com aquela inimitável grandeza humilde que o caracterizava.
Adeus Amigo Alvaro, obrigado amigo Eraldo pelo tão bonito tributo que fala o que eu queria ter falado a ele.”

ROLAND DE BONADONA
CEO Accor América Latina

"Uma grande perda para o turismo e para a Hotelaria brasileira. Dr. Álvaro, uma pessoa exemplar. Será lembrado por sua visão empreendedora, seu espírito conciliador e seu amor pela profissão.
O Brasil perde seu maior Hoteleiro
.
PAULO SALVADOR, diretor de Vendas e Marketing da Worldhotels"

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