Felipe Niemeyer   |   13/08/2009 13:26

Lazer nacional compensa queda de estrangeiros no Rio

A hotelaria do Rio de Janeiro mostra que mesmo em época de crise econômica mundial e pandemia de gripe não perde sua majestade. O setor foi um dos poucos no mundo que tiveram resultados positivos no semestre, registrando crescimento na ocupação e diária média praticada.

A hotelaria do Rio de Janeiro mostra que mesmo em época de crise econômica mundial e pandemia de gripe não perde sua majestade. O setor foi um dos poucos no mundo que tiveram resultados positivos no semestre, registrando crescimento na ocupação e diária média praticada. Na opinião do presidente da ABIH-RJ, Alfredo Lopes, o Rio se beneficia por ter uma posição estratégica no País em relação à pujança da indústria e do turismo.

Apesar da queda do segmento corporativo e de incentivos internacionais, nos últimos meses a ocupação dos hotéis na capital foi superior à dos últimos quatro anos, recuperada pelo mercado nacional. Antes da crise econômica mundial o segmento corporativo respondia por 65% da ocupação dos hotéis. Hoje o mercado de lazer (notadamente nacional) tomou uma fatia desse percentual e já responde por 45% da ocupação média. “E o número de hóspedes a lazer ainda pode crescer, uma vez que a prefeitura do Rio está montando um novo calendário de eventos entre o período de Natal e ano novo. Serão 15 dias de ocupação elevada na cidade”, garante.

MENOS ESTRANGEIROS
Considerando cancelamentos e adiamentos de viagens, a perda de hóspedes internacionais até o momento é de 18%. “Acredito que, com a retomada da atividade econômica e uma melhora no quadro de pandemia da gripe A (H1N1), deve haver reação desse mercado e a retração média em 2009 deverá ser de 12% a 14%, até por conta da grande concentração de feiras e congressos no segundo semestre. Mas devemos recuperar essa queda no ano que vem”, afirma Lopes.

Segundo Alfredo Lopes o fenômeno da alta ocupação também se reproduziu no interior do Estado “por conta até do desenvolvimento dos polos industriais”, havendo crescimento, inclusive, no número de empreendimentos hoteleiros. A cidade do Rio também passa por esse movimento de expansão do parque hoteleiro. “O Rio conta com vários projetos em construção. No momento são cinco, na Barra da Tijuca, Zona Sul e centro da cidade”, informou o presidente da ABIH-RJ. Ainda de acordo com ele, a Secretaria de Urbanismo está liberando ecoresorts na região da Zona Oeste da cidade e o projeto de revitalização do Porto do Rio também trará mais oportunidades de expansão nesse sentido.

“Estamos vendo uma consolidação do mercado do Rio de Janeiro, com o interesse de várias redes internacionais. Motivado não só pelos panoramas de Copa do Mundo e de uma possível Olimpíada, mas pelo próprio movimento empresarial da cidade”, disse. “O Rio conta hoje com um grande mercado de executivos de long stay, por exemplo, o que justifica investimentos no setor hoteleiro. Além disso, as redes internacionais instaladas indicam que seus empreendimentos cariocas têm registrado os melhores desempenhos operacionais e financeiros”, explicou.

De acordo Alfredo Lopes, o Rio tem capacidade de ter as maiores diárias médias e melhores índices de ocupação do País pelo fato de a hotelaria carioca desenvolver-se notadamente na orla e a oferta não ser tão grande. “O que torna o destino mais caro em função da demanda”, afirma. Na opinião dele, até a desvalorização do dólar beneficiou, de certa forma, a hotelaria carioca. “O dólar está barato e as tarifas no mercado internacional ficaram desatualizadas. Mas, por outro lado, no mercado doméstico as tarifas em reais foram bastante satisfatórias e os hotéis puderam aumentar a diária média praticada”, finalizou.

A partir do próximo domingo, a hotelaria nacional se reúne exatamente no Riod e Janeiro, para debater o setor e conhecer as novdiades, no Conotel 2009.

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