Da Redação   |   17/12/2014 13:56

Rio Grande do Norte será referência na produção de ostras

Em dois anos, o Rio Grande do Norte (RN) deve elevar a curva de produção de ostras nativas em cativeiro e se tornar o principal fornecedor de sementes da espécie brasiliana (popularmente conhecida como ostra de mangue) para os Estados nordestinos. A meta é chegar a 2016 produzindo 180 milhões de sem

DA AGÊNCIA SEBRAE DE NOTÍCIAS

Em dois anos, o Rio Grande do Norte (RN) deve elevar a curva de produção de ostras nativas em cativeiro e se tornar o principal fornecedor de sementes da espécie brasiliana (popularmente conhecida como ostra de mangue) para os Estados nordestinos. A meta é chegar a 2016 produzindo 180 milhões de sementes por ano. Esse banco visa abastecer áreas produtoras na região, principalmente Alagoas, Paraíba e Sergipe, além do RN. A produção de ostra no litoral potiguar apresentava-se em declínio devido à atividade extrativista da espécie nos estuários, mas foram identificadas pelo menos 13 áreas com potencial real para alavancar o cultivo do molusco em cativeiro.

Os esforços para tornar o Estado uma referência na área de ostreicultura fazem parte dos objetivos do Aquinordeste, um projeto estruturante desenvolvido pelo Sebrae que, desde o ano passado, tem traçado um panorama da aquicultura em todos os Estados da região Nordeste e apresentado tecnologias e inovações para a aumentar a produtividade de espécies aquáticas.

Apesar de também atuar com tilápias e tambaquis, o foco do projeto no Rio Grande do Norte é o desenvolvimento da cadeia produtiva da ostra. Isso porque o Estado reúne as condições naturais favoráveis à atividade, como sol forte, alta salinidade e vastos manguezais, com maré rica em microorganismos e partículas orgânicas.

As áreas com potencial para desenvolvimento da ostreicultura estão localizadas em comunidades dos municípios de Baía Formosa, Diogo Lopes, Guamaré, Macau, Porto do Mangue e Tibau do Sul. Nessas localidades, encontram-se grupos que já cultivam o molusco e que podem aumentar a produtividade. Para isso, no entanto, o principal desafio é obter a matéria-prima para a produção. A escassez de sementes é apontada como principal causa na redução da oferta de ostra no mercado e abandono do cultivo por parte dos aquicultores.

E é justamente esse gargalo que as ações do Aquinordeste atacam. Parceiro do projeto, o laboratório Primar, instalado em Tibau do Sul (a cerca de 72 quilômetros de Natal), vai fornecer as sementes para produção das ostras. O laboratório ficará encarregado de reproduzir as sementes apontadas pelos estudos como as mais viáveis para a comercialização. Além disso, serão verificados os melhores tipos de ração e de alevinos. A expectativa é de gerar pelo menos 40 milhões de sementes em 2015 e, até o ano seguinte, esse volume saltar para 180 milhões por ano.

“O Rio Grande do Norte será uma referência na ostreicultura porque estamos trabalhando com foco no que é necessário para se produzir ostra sem extrativismo. Como não é fácil coletar sementes na natureza, estamos em parceria com esse laboratório para fornecer essas sementes para engorda, gerando assim um ciclo. Quando se tem material para fornecer aos produtores, tem-se produto para abastecer o mercado”, reforça a gestora nacional do Aquinordeste do Sebrae, Newman Costa.

Amostras de sementes de ostras tanto do Rio Grande do Grande quanto dos demais Estados estão sendo analisadas em Sergipe, que definirá o padrão genético mais compatível para a região. Estão sendo identificadas as melhores espécies para fins de melhoramento genético, aumento de competitividade no setor e a redução de potenciais impactos ambientais dessa cadeia produtiva. Em Alagoas, pesquisadores estão se dedicando à identificação de possíveis doenças que podem atingir as espécies e aos estudos de rastreabilidade do material. Tudo isso de forma integrada com todos os Estados participantes do projeto.

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