Artur Luiz Andrade   |   16/02/2016 11:54

João Nagy critica política de preços de hotéis cariocas

O complexo Sheraton São Paulo WTC e WTC Events Center, na capital paulista, dirigido pelo hoteleiro João Nagy, teve, em janeiro passado, mais eventos que em 2015. A expectativa é de que a demanda por eventos continue crescendo, mas o desespero da hotelaria carioca preocupa

O complexo Sheraton São Paulo WTC e WTC Events Center, na capital paulista, dirigido pelo hoteleiro João Nagy, teve, em janeiro passado, mais eventos que em 2015. A expectativa é de que a demanda por eventos continue crescendo, apesar da pressão sobre os custos, especialmente impactados pela conta de energia e pela "reoneração" da folha de pagamento. “Tivemos a mesma ocupação em receita em 2015 e 2014 e este ano devemos manter os resultados”, afirmou ao Portal PANROTAS. A aposta do hoteleiro é na amplitude do complexo que administra, que, segundo ele, significa negócios, ao juntar hotel, espaço de eventos único na cidade e o World Trade Center.

No entanto, o excesso de oferta no Rio de Janeiro, este ano em mais evidência devido à Olimpíada, preocupa Nagy e pode afetar os resultados da hotelaria paulista e brasileira, segundo ele. “Em janeiro, quando é baixa temporada em São Paulo, perdemos um evento, por causa de preço, para o Rio de Janeiro, que vivia a alta estação de verão. O desespero dos gestores de hotéis do Rio é assustador”, avalia.

De acordo com João Nagy, que na década de 1990 dirigiu a empresa de receptivo Walpax, no Rio, e que também já trabalhou na hotelaria carioca, essa postura dos hoteleiros cariocas será prejudicial para o setor no Brasil inteiro. “Isso passa pela falta de estratégia do Turismo brasileiro como um todo. Mas nós não baixaremos preço, temos nossa estratégia, fechamos 2015 com 70% de ocupação e já melhoramos os finais de semana com a captação de congressos médicos. O hoteleiro é o primeiro a baixar preço. Não pode. O Rio tem tudo para ser o grande destino que imaginamos e será. Mas isso vai levar alguns anos, enquanto isso, essa atitude dos gestores de hotéis na cidade vai prejudicar a hotelaria nacional”.

O maior problema do Brasil, segundo ele, não é preço, e sim, além da falta de estratégia, o problema de criminalidade. “Os que sobreviverem no Turismo vão se beneficiar do boom que o Brasil terá em alguns anos”.

PARIS
Em sua empresa, a ITC, que administra o Sheraton WTC e o espaço de eventos, há projetos de três WTC pelo Brasil, inclusive Belo Horizonte, e de um complexo com quase dois mil quartos e área de eventos para 15 mil pessoas na região do Aeroporto Charles de Gaulle, em Paris. “O projeto de Paris é ousado e completo e vai garantir ao organizador de eventos o preço do hotel por cinco anos, para captar os eventos de calendário e ajudar no planejamento”. Planejamento que, segundo ele, falta à hotelaria brasileira em geral.

O Fórum PANROTAS 2016, dias 15 e 16 de março, ocorrerá no WTC Events Center pelo segundo ano seguido. Saiba mais em www.panrotas.com.br/forum.

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Sobre o autor

Artur Luiz Andrade é editor-chefe da PANROTAS, jornalista formado pela UFRJ e especializado em Turismo há mais de 30 anos.