Leonardo Ramos   |   12/09/2017 17:46

Turismo chinês cresce no Canadá; nos EUA, número cai

MIllennials chineses em busca de experiências e o aumento da conectividade aérea entre os dois países coloca a China como um dos maiores mercados de Turismo para o Canadá, atrás apenas do Reino Unido e dos EUA

Flikr.com/aasgier
O lago Louise, em Alberta, no Canadá, região que tem recebido cada vez mais visitantes chineses
O lago Louise, em Alberta, no Canadá, região que tem recebido cada vez mais visitantes chineses
Todo país quer abocanhar um pouco do Turismo chinês. Afinal, é de longe o país mais populoso, e de onde cada vez mais viajantes tem surgido e se aventurando pelo mundo. Os dados da Organização Mundial de Turismo (OMT) comprovam: segundo a entidade, desde 2012 o consumo dos turistas chineses em viagens ao Exterior ocupa o primeiro lugar em âmbito global, alcançando US$ 109,8 bilhões no ano passado, quando cerca de 122 milhões de chineses viajaram para fora do país, um aumento de 12% comparado com 2015.

E um dos países que mais tem se beneficiado com isso, principalmente nos últimos anos, é o Canadá. Segundo o site Skift,apenas em 2016 foram 610 mil chineses no país, 24% a mais que no ano anterior, fazendo da China o seu terceiro maior mercado de turistas, atrás apenas de Reino Unido e Estados Unidos. Se considerar dez anos atrás, o aumento de visitantes chineses é impressionante: foram "apenas" 160 mil em 2008; ou seja, de lá até 2016, o aumento foi de cerca de 380%.

Ainda segundo o Skift, são dois os principais motivos para esse crescimento no país: o aumento da conectividade e o crescimento do número de millennials na China que buscam por aventuras.

No quesito conectividade, destaca-se o aumento capacidade aérea de 26% no ano passado entre os dois países, comparado com 2015, sendo que o Canadá é agora acessível a partir de 11 cidades de entrada na China, e suas quatro maiores áreas metropolitanas são servidas com vôos sem escalas do país oriental. Além disso, só no primeiro semestre deste ano, a capacidade de assentos da China para o Canadá aumentou 36,9% em relação ao mesmo período de 2016.

Duas rotas recentes ajudam nos números: desde setembro de 2015, a Air China realiza o trajeto entre Pequim e Montreal três vezes por semana, o primeiro voo transpacífico direto entre a cidade canadense e o continente asiático. Além disso, no ano passado a Hainan Airlines lançou a rota Pequim-Calgary, cidade considerada uma das portas de entrada para Alberta, região das montanhas Rochosas, cordilheira que se destaca no Turismo de aventura do país pelas suas florestas, lagos e neve.

Já o quesito millennials foi abordado pelo diretor geral da Destination Canada para a China, Derek Galpin, que destacou os cerca de 250 milhões de millennials chineses existentes hoje. "Os jovens millennials asiáticos, com idades entre 20 a 34 anos, representaram 40% de todos os visitantes do continente no Canadá nos últimos três anos. Primeiro que eles são mais flexíveis, dispostos a tentar viajar em temporadas alternativas; segundo que eles estão procurando aventuras e experiências ao ar livre, que é o que mais temos aqui", explicou Galpin.

A província canadense de Alberta, por exemplo, recebeu em 2015 cerca de 85 mil visitantes chineses, fazendo da China o país asiático que mais manda turistas para as montanhas da região.

"De todos os novos destinos que os turistas da China estão descobrindo, o Canadá é uma das escolhas mais feitas, e esperamos um crescimento de cerca de 23% só neste ano", confia o executivo da Destination Canada. "Você pode ver a partir do lançamento de novos vôos diretos, como o Turismo se estende cada vez mais além da Colúmbia Britânica e Ontário. O norte do Canadá também está se tornando cada vez mais popular por experiências, como testemunhar as mágicas auroras boreais, encontros de trenós e urso polar".

EUA perdem chineses

Ao contrário do vizinho, os Estados Unidos tem enfrentado um decréscimo no número de visitantes chineses. Segundo o Departamento de Comércio do país, de janeiro a março deste ano foi observada uma redução de 0,5% em chegadas de chineses em relação ao mesmo período de 2016; se considerar apenas março, a queda foi de 2,1%, se comparado com o mesmo mês do ano passado. Para o Skift, dois dos principais motivos são a política anti-China do presidente Donald Trump e as proibições e restrições de viagens aos EUA.

Vale lembrar que, no final de agosto, a Air China chegou a reclamar do número de vistos negados pelos EUA a chineses. Autoridades estadunidenses não compartilharam os números de negativas, mas a companhia aérea estima que, no governo Trump, 15% a 16% dos potenciais viajantes não conseguem aprovação, ante 10% do governo Obama.


*Fonte: Skift

conteúdo original: http://bit.ly/2xi4GJX

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