Alex Souza   |   18/09/2013 19:19

Ex-CEO, Salim Mattar explica sucessão na Localiza

Um dos fundadores da Localiza, Salim Mattar foi CEO da empresa até abril de 2013, ano em que a locadora completa quatro décadas de operações. Durante palestra no fórum e salão da Abla, esta tarde,

Um dos fundadores da Localiza, Salim Mattar foi CEO da empresa até abril de 2013, ano em que a locadora completa quatro décadas de operações. Durante palestra no fórum e salão da Abla, esta tarde, ele explicou o processo de sucessão que culminou em seu reposicionamento na companhia, agora ocupando a posição de executive chairman.

Para começar, ele relembrou uma reunião de diretoria em 1980, na qual os quatro sócios discutiriam metas e andamento dos negócios. “Nós estávamos vendo em Belo Horizonte diversas empresas com falhas no processo de transição, com filhos e netos quebrando companhias. Então decidimos que nossos filhos não trabalhariam na Localiza, que a sucessão seria profissional. Foi um acordo de cavalheiros, nada está escrito, é um valor nosso”, diz. Dezessete anos depois, em 1997, a Localiza instituiu um Conselho de Administração “técnico”, e os sócios decidiram que 65 anos seria a idade ideal para que eles deixassem as tarefas operacionais da empresa.

O prazo de Salim Mattar expiraria em 31 de dezembro deste ano. “Mas vi que meu sucessor [Eugênio Mattar, seu irmão] estava muito bem preparado e então antecipei meu afastamento para maio. Foi uma transição tranquila, nossos acionistas vinham sendo avisados há cinco anos e as ações se comportaram de maneira serena”, comenta o ex-CEO. “O Eugênio atualmente é mais adequado ao cargo do que eu seria. Ele é engenheiro, pragmático, tem habilidade em RH, bom domínio de TI, ótima comunicação”, complementa.

Mattar diz que, ainda no ano passado, a Localiza contratou uma consultoria para definir exatamente quais seriam os papéis do CEO e do executive chairman. Ele garante que continua bem ativo, com muita disposição e saúde, trabalhando das 8h às 19h no escritório em temas como planejamento estratégico de longo prazo e preparação para a substituição dos principais executivos.

“A sucessão em uma empresa deve ser feita com muito cuidado. Os filhos não necessariamente precisam trabalhar nos negócios. É preciso haver um diálogo familiar e ouvir conselhos de gente de fora. Às vezes, na ânsia de garantir conforto e segurança para os filhos, nós acabamos querendo resolver a vida deles. É uma preocupação legítima, mas é necessária uma boa conversa em família para que possamos atingir nosso objetivo de vida: ser feliz”, finaliza.

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