Janize Colaço   |   10/10/2016 13:48

Mercado de trabalho deverá se recuperar apenas em 2017

O mercado de trabalho não deverá dar sinais de melhora até o primeiro trimestre do ano que vem, é o que apontam os economistas. Ainda segundo eles, a recuperação na renda deverá ocorrer apenas em 2018.

O mercado de trabalho não deverá dar sinais de melhora até o primeiro trimestre do ano que vem. É o que apontam os economistas, ainda mostrando que a recuperação na renda deverá ocorrer apenas em 2018.

Com a esperada melhora na atividade econômica, o quadro de emprego passará por uma tendência positiva. Apesar disso, analistas trabalham com uma previsão, ainda para este ano, de uma retração de 3% no Produto Interno Bruto (PIB). Ano que vem o crescimento deverá ser modesto, com cerca de 1,3%, segundo o último relatório Focus.

Ainda para este ano, o quadro de empregos também não apresentará melhoras. De acordo com a avaliação do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), o desemprego deverá alcançar a marca de 12,4%.

"O mercado de trabalho não deve apresentar sinais de melhora neste ano. As demissões e os cortes de vagas devem continuar nos próximos meses", afirmou o pesquisador do Ibre/FGV, Tiago Cabral Barreira. Ele ainda ressalta que a taxa de desemprego deverá subir até o primeiro trimestre de 2017, e somente a partir de então, deverá cair.

Divulgação
CRISE NO EMPREGO
Apesar de ser a última variável a sofrer com os momentos de desaceleração, o comportamento do emprego também costuma ser a última a se recuperar em relação as demais atividades econômicas.

De acordo com os dados apurados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, o mercado de trabalho encontra-se numa situação complicada, que deverá se estender ainda até a metade do ano que vem. Segundo ela, a taxa de desocupação alcançou o valor de 11,8% da população no primeiro trimestre deste ano, o equivalente a 12 milhões de brasileiros desempregados.

DESALENTO
A própria situação de crise está desmotivando os brasileiros a tentarem se realocarem no mercado de trabalho. O IBGE aponta que, no último trimestre, encerrado em agosto, o índice de pessoa ocupada (PO) apresentou um recuo de 2,2% em comparação com o mesmo período do ano passado. Já a população não-economicamente ativa (PNEA), subiu 1,3%.

"A queda da população ocupada mostra que as pessoas podem estar partindo para o desalento. Durante a atual crise, foram trabalhadores que tentaram entrar no mercado, mas estão desistindo e voltando para a inatividade", destacou o também pesquisador do Ibre/FGV, Bruno Ottoni.

MASSA SALARIAL
Como consequência da crise no mercado de trabalho, a retração da massa salarial também se tornou uma constante. Neste ano, de acordo com uma estimativa do banco Santander, a estimativa é de queda de 4,5% em comparação com 2015.

No entanto, para 2017 a previsão é de que haja uma leve recuperação, e efetivamente em 2018 a massa salarial voltará ao nível recorde do ano passado, que foi de R$ 183,58 bilhões.

"A massa salarial vai continuar contraindo e essa tendência não será revertida no curto prazo", afirmou o economista do Santander, Rodolfo Margato. "As empresas estão fazendo um ajuste, com o pagamento de salários mais baratos para as pessoas recém-admitidas."


*Fonte: Reuters Brasil

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