Rodrigo Vieira   |   18/11/2016 01:05

Contra mitos: veja cases de marketing de destinos no País

(SALVADOR) - Um destino em franco crescimento, um destino que tenta reverter a falta de informação dos consumidores brasileiros e outro, mais do que consolidado, é um exemplo de como fazer do Turismo seu principal condutor de desenvolvimento econômico. Colômbia, &Aa


Róbson Araújo/Divulgação Turistic
Joan Romero, da Catalunha, Marcelo Marques da África do Sul, e Alejandro Peláez, da Colômbia, falaram sobre os destinos que representam no Brasil na abertura do Fórum Turistic, em Salvador. O mediador foi Richard Alves, da BMI Brasil, organizadora do evento
Joan Romero, da Catalunha, Marcelo Marques da África do Sul, e Alejandro Peláez, da Colômbia, falaram sobre os destinos que representam no Brasil na abertura do Fórum Turistic, em Salvador. O mediador foi Richard Alves, da BMI Brasil, organizadora do evento

SALVADOR - Um destino em franco crescimento, um destino que tenta reverter a falta de informação dos consumidores brasileiros e outro, mais do que consolidado, é um exemplo de como fazer do Turismo seu principal condutor de desenvolvimento econômico. Colômbia, África do Sul e Catalunha apresentaram seus esforços de marketing turístico no Brasil na abertura do Fórum Turistic Brasil, que acontece na capital baiana. São três situações distintas que, combinadas, serviram para inspirar o público presente nessa primeira edição do evento no Brasil, cujo intuito é ser o maior polo de discussão sobre inovação e competitividade no Turismo.

O representante da agência Procolômbia, Alejandro Peláez, destacou o salto que o destino deu após 2005, quando a organização governamental, que foi criada sob a alcunha de Proexport, assumiu o papel de promover a Colômbia mundo afora. Naquela época, o país recebia cerca de 600 mil turistas, número que saltou para 2,2 milhões dez anos mais tarde. “Começamos com o papel de desvencilhar as Farc e Pablo Escobar de nossa imagem. Nossa primeira campanha apontava que o único risco, ao estar na Colômbia, era querer ficar”, conta Peláez.

A ideia foi bem-sucedida, de acordo com o representante, e as coisas se transformaram. “Com esforço e planejamento, tudo se transforma. Nós transformarmos a Colômbia como destino e mostramos que o destino está longe de ser essa guerra que todos achavam que era. A Colômbia está se transformando social e economicamente, e hoje nossa campanha tange em mostrar um realismo mágico com a fusão de vários fatores”, revela o representante. “Em vez de vender destinos, passamos a vender produtos. Em vez de Cartagena, vendemos natureza. O turista passa, assim, a conhecer vários destinos colombianos com apelo ecológico. Com cultura é a mesma coisa, tal como gastronomia e lazer. Resultado: o Brasil era o nono maior emissor para a Colômbia em 2005, e em 2015 foi registrado como o terceiro.”


Róbson Araújo/Divulgação Turistic
Marcelo Marques, da SAT
Marcelo Marques, da SAT

Com o gerente de Relacionamento com o Trade da South African Tourism, Marcelo Marques, a história é similar ao que passou a Procolômbia no início, mas em movimento constante. Isto é, a África do Sul lida para desmistificar uma série de estigmas que a persegue no Brasil. O ebola foi o último deles, que fez o destino amargar a quebra de uma sequência de crescimento que vinha tendo no Brasil.

“A África do Sul estava a mais de cinco mil quilômetros de distância do foco da doença, sem sequer ter registrado um caso, mas o brasileiro insiste em colocar todos os países da África no mesmo pacote, e isso nos prejudicou e segue prejudicando muito. As pessoas não levam em consideração que a África do Sul está entre os mais desenvolvidos do continente, com uma infraestrutura fantástica de Turismo, com hotelaria diversificada, excelente serviço, bom transporte. Outro mito é que estamos longe, sendo que um voo a partir do Brasil dura pouco mais de oito horas”, reclama o representante da SAT, que pelo menos comemora o novo voo da Latam iniciado esse ano. “Fomos para 14 frequências semanais a partir de São Paulo na soma com a SAA, e o número de brasileiros vai crescer”, completa. Ainda assim, a África do Sul cresceu 400% na chegada de visitantes internacionais na última década.

Quem encerrou o painel foi Joan Romero, do Turismo da Catalunha, que tem Barcelona como principal estrela. Mais de 180 mil brasileiros visitaram a região espanhola no último ano. O principal ponto de Barcelona foi o exemplo que o destino conseguiu dar em representação turística a partir da Olimpíada que sediou, em 1992. “Foi a ocasião perfeita para mostrar nossa diversidade de praias, montanhas, cultura, arquitetura, esportes e outros vários encantos que fazem de Barcelona um lugar único”, ostenta o catalão.

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Joan Romero, do Turismo da Catalunha
Joan Romero, do Turismo da Catalunha

Com um destino que praticamente se vende sozinho, o papel da Catalunha, que tem escritório próprio no Brasil, é divulgar suas adjacências, destinos paralelos a Barcelona. “Está tudo muito perto e nossa infraestrutura em transporte facilita muito as coisas para o turista. Temos Girona, uma das quatro capitais provinciais da Catalunha, onde a comunidade judia tinha e tem um importante papel. Temos também Costa Brava, de riquíssima arquitetura, a rota turística do Triangulo Daliniano, de Salvador Dalí, Reus, a cidade natal de Gaudí, além da abertura da Ferrari Land, prevista para 2017, que deve atrair muitos brasileiros.”

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