Renato Machado   |   23/08/2017 11:34

Os caminhos para diversificar produtos no “novo luxo”

A grande questão é como atrair um público mais jovem, com outras expectativas que os de gerações acima e ainda com um orçamento menor?

Divulgação/Contiki
Embarcação navega pelas águas do Vietnã
Embarcação navega pelas águas do Vietnã
O “novo luxo” surgiu na indústria do Turismo com a proliferação da busca por experiências e serviços diferentes dos tradicionais. Se de início era desafio, dialogar com novos perfis de viajantes hoje se tornou uma obrigação. A grande questão é como atrair um público mais jovem, com outras expectativas e ainda com um orçamento menor? O caminho do sucesso, e que tende a ser percorrido pelo restante da indústria, foi mostrado pela hotelaria.

Com a segmentação por marcas consolidada há décadas, a escolha dos grandes grupos hoteleiros foi natural: criar marcas que dialogassem com novos públicos, mantendo perfis de serviços ofertados (com poucas alterações) e cobrando menos por isso. Reportagem produzida pelo portal norte-americano Skift abordou o tema.

Ao veículo, a diretora global para consultoria de marca da Interbrand, Rebecca Robins, afirmou que “as marcas mais fortes se mantêm fiéis ao seu DNA, enquanto continuam a evoluir e inovar para se manter relevantes”. A especialista sugere que “desenvolver novas ofertas para pessoas que estejam exigindo novidades de experiências de viagem é parte desta jornada”.

Na hotelaria, a diversificação por marcas surtiu efeito. Por meio dessa estratégia, grupos como Hilton, Marriott e IHG criaram rótulos que trafegam dentro do segmento upscale, comunicando com sucesso o que é seu “luxo” e seu “luxo por menos”, sem diminuir a reputação da empresa.

“Como um negócio idealiza a imagem a ser explorada de novos produtos e serviços é crucial, na proteção do capital social da ‘marca-mãe’, enquanto que posiciona a nova oferta de maneira a manter ambas relevantes e críveis”, completou Rebecca Robins.

QUEM SEGUE OS PASSOS
O próximo segmento a tentar ações similares parece ser o de cruzeiros. O projeto Base Camp Baja, parceria da Lindblad Expeditions com a empresa de saúde e bem-estar Exhale é um dos exemplos. A bordo do National Geographic Sea Bird, o itinerário pelo mar de Cortez, no México, une o rigoroso padrão Lindblad a serviços como ioga, meditação, massagens e comidas saudáveis.

A vice-presidente de Vendas Globais da Lindblad Expeditions, Jacinta McEvoy, afirma que o programa, que terá saídas apenas em dezembro e janeiro, funciona como um piloto para uma possível futura série de itinerários mais curtos e menos caros. “O projeto visa atrair uma clientela mais jovem para as tradicionais expedições Lindblad no futuro.”

Outra forma de se diversificar é ofertando destinos considerados mais joviais ou exóticos. Uma tendência atual no mercado brasileiro são países asiáticos, algo que já está no catálogo de empresas como a Contiki. A operadora do grupo The Travel Corporation possui roteiros para Tailândia, Indonésia, Vietnã e China, combinando “paisagens naturais exuberantes, cultura oriental e muita festa”, como descreve a própria empresa.


*Fonte: Skift

conteúdo original: http://bit.ly/2imQQzW

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