O novo presidente da Tap - Air Portugal, Fernando Pinto, vem sofrendo muitas pressões para comandar a empresa. O administrador-delegado, como chamam os lusos, começou a tomar decisões impopulares para tentar contornar a grave crise financeira da Tap. Uma delas foi o congelamento dos salários de todos os nove mil funcionários por três ou quatro anos.

Essa e outras medidas farão parte de um plano de ação imediata, que será aplicado de janeiro a junho. De acordo com Pinto, a Tap hoje não gera receita suficente para arcar com as suas despesas. Sem a possibilidade de reajustes salariais, os sindicatos começaram a fazer protestos.

Vera Carneiro, do Sindicato Nacional de Vôo do Pessoal da Aviação Civil, afirma que os trabalhadores não abrirão mão do aumento para o ano 2000. Os funcionários da Tap pleiteiam um reajuste de 2,4%. Caso não o consigam, existe a possibilidade de ser iniciada uma greve.

A Tap deve fechar o balanço deste ano com um prejuízo entre R$ 227 milhões e R$ 272 milhões (de 25 a 30 bilhões de escudos). Em 1999 a companhia alegou a perda de R$ 172 milhões (19 bilhões de escudos). Segundo Miguel Valente, da Comissão de Trabalhadores da empresa, o prejuízo do ano passado na verdade foi de R$ 290 milhões (32 bilhões de escudos).

O panorama da Tap pode melhorar se a venda de 34% das suas ações para a Swissair for aprovada pelo Parlamento Europeu. O negócio, prestes a ser confirmado, significará a injeção de R$ 281 milhões (31 bilhões de escudos) na transportadora portuguesa.