BRASÍLIA — O primeiro passo para a criação do Plano de Competitividade e Estratégia Comercial do Turismo Brasileiro foi dado hoje, com a assinatura de contrato entre o Ministério do Turismo e o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE). Ainda não há no Brasil estudos que ofereçam base científica para inserção competitiva do País no cenário mundial. Por isso, o CGEE, organização criada em 2001 e ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, vai realizar três estudos específicos para mapear o setor, que forma uma cadeia de 52 segmentos econômicos.

O contrato entre o MTur e o CGEE vai até 31 de março de 2006, prazo em que serão desenvolvidos os três estudos estipulados pelo Plano de Competitividade e Estratégia Comercial: o Estudo Microeconômico da Cadeia de Valor do Turismo Brasileiro, para identificar estruturas de mercado como hospedagem, transporte, gastronomia; o Estudo da Competitividade, para analisar a evolução do setor, capacidade competitiva por segmentos e regiões geográficas e perspectiva de crescimento; e o Estudo do Turismo Brasileiro face ao Quadro Negociador Internacional.

“O turismo é a maior atividade econômica do planeta”, reforça o ministro Walfrido dos Mares Guia, acrescentando que, no mundo, o turismo corresponde a 10% do Pib, enquanto no Brasil esse índice não atinge nem a metade. “Precisamos saber como ser mais competitivos, como atrair mais turistas estrangeiros, como fazer os brasileiros viajarem mais, para crescer e gerar emprego, olhando o turismo como um negócio estruturado”, acrescentou Guia.

Na presidência do CGEE está o engenheiro Evando Mirra de Paula e Silva, ex-reitor da Universidade Federal de Minas Gerais e ex-presidente do CNPq. Ele explica que o plano vai fornecer uma visão abrangente para subsidiar decisões do MTur e negociações internacionais. “Vamos mapear o turismo no Brasil, técnica e cientificamente, do ponto de vista de negócios e emprego”, informa ele, que vai chefiar uma equipe composta por geógrafos, economistas, ambientalistas e outros técnicos.