Maria Izabel Reigada   |   29/12/2006 09:22

Leia carta de despedida de Paulo Gaudenzi

Leia carta de despedida de Paulo Gaudenzi O secretario de Cultura e Turismo da Bahia, Paulo Gaudenzi, enviou carta de despedida ao trade tur

O secretário de Cultura e Turismo da Bahia, Paulo Gaudenzi, enviou carta de despedida ao trade turístico. Na carta, além de agradecer às principais lideranças do setor, o secretário faz um balanço de sua gestão, com os resultados do plano estratégico desenvolvido por ele e sua equipe para a gestão do turismo baiano. Abaixo, a íntegra da carta:

“Caro Amigo,

Após uma longa vida de dedicação ao turismo da nossa querida Bahia, com o sentimento do dever cumprido, venho manifestar meus sinceros agradecimentos ao companheiro amigo que, durante boa parte dessa trajetória, partilhou comigo o melhor dos seus esforços, com vista ao engrandecimento do nosso turismo.

Desde o início da minha vida profissional, nos idos de 1973, trabalhando na área de planejamento turístico da Secretaria da Indústria e Comércio, entendia ser possível tornar o turismo, na Bahia, uma atividade econômica importante e auto-sustentável. Hoje, após presidir a Bahiatursa em cinco gestões governamentais, sendo a primeira delas em 1979, e ter sido secretário estadual do setor, em três períodos de governo, sinto-me feliz em ser reconhecido como um dos responsáveis pela transformação do turismo da Bahia em atividade prioritária e relevante para a nossa economia. Mérito maior, todavia, deve ser creditado a todos os governadores com quem tive a honra de trabalhar, pela vontade política em emprestar ao turismo, o nível de prioridade que a atividade requeria para o seu desenvolvimento.

Ressalvo os apoios político e financeiro que sempre recebi nos três governos ACM, com o qual iniciei as minhas atividades no setor, lembrando que, em 1991, definiu-se a grande estratégia que previa o investimento de recursos públicos da ordem de US $ 1,7 bilhão, nas áreas de interesse turístico. Agradeço, de igual forma, ao governador Paulo Souto, sobretudo por aportar, no curso de dois governos, a maior parte desses investimentos e ao governador César Borges que também acreditou e participou desse esforço para a consolidação do desenvolvimento do nosso turismo.

Por justiça e gratidão, não poderia deixar de registrar os meus agradecimentos a tantos quantos, na esfera federal, também acreditaram e auxiliaram na administração do turismo baiano. A começar por Said Farah, presidente da Embratur, talvez o maior responsável pela edificação do nosso Centro de Convenções e maior parceiro, com a Emtur, de boa parte dos hotéis do governo, construídos no interior do estado. Ao também ex-presidente da Embratur, Miguel Colassuono, pela sua contribuição técnica, como economista de visão moderna, ao plano de desenvolvimento estratégico do nosso turismo. Menção especial deve ser feita aos ex-ministros Rafael Greca de Macedo e Caio Luiz de Carvalho, além do atual ministro Walfrido dos Mares Guia. O primeiro pelo substancial apoio técnico e financeiro ao projeto dos 500 anos do descobrimento e os dois últimos pelo decisivo apoio aos projetos de infra-estrutura do Prodetur 1 e Prodetur 2, respectivamente. Expresso o meu agradecimento também ao ex-presidente da Embratur, Eduardo Sanovicz, pelo constante carinho dispensado à atual diretoria da Bahiatursa. Fora da área específica do turismo uma especial referência ao apoio e estímulo do Embaixador Paulo de Tarso Flecha de Lima.

Por fim, os meus agradecimentos às lideranças do trade nacional da Abav, Abih e Cias Aéreas, pela postura sempre pró-ativa para a realização de parcerias, com vista à promoção e venda dos nossos produtos turísticos.

Por outro lado, mas não menos verdadeiro, quero agradecer àqueles que ao longo da minha caminhada, divergiram e criticaram as nossas ações, obrigando-nos, por conseqüência, a manter uma postura permanente de revisão e ajuste dos nossos planos e métodos de trabalho, que contribuíram para a consolidação da nossa atividade.

Os números são confortantes: em 1979, apenas 1,05 milhão de visitantes nacionais vieram à Bahia, enquanto 5,20 milhões o fizeram em 2005, correspondendo a um incremento de 393,5 %. Em 1979, os visitantes contribuíram com uma receita de US $ 59,94 milhões, enquanto em 2005, geraram US $ 1.188,98 milhões, correspondendo a uma variação positiva da ordem de 1.883 %. Nesse mesmo período, o número de agencias de viagens e turismo na Bahia passou de 38 para 689 estabelecimentos, significando um acréscimo de 1.713 %. Auspiciosa, também, foi a elevação da capacidade da oferta hoteleira que passou de 6.764 leitos, em 1979, para 32.350 leitos em 2005, registrando uma elevação de 378 % . Todavia, o salto mais significativo ocorreu no fluxo de visitantes estrangeiros: enquanto em 1979 recebemos do exterior apenas 5.566 visitantes, em 2005 fomos visitados por 340.833 pessoas, registrando o expressivo crescimento de 6.023 %.

Mas, caro amigo, o festejado estágio em que se encontra o nosso turismo, não teria sido alcançado sem o envolvimento dos muitos parceiros que uniram esforços com o Governo do Estado. Os agentes de viagens, hoteleiros, transportadores, operadores, agentes receptivos, restaurantes, mídia geral e especializada e associações como a Abih, Abav, Abeoc, Convention Bureau, Abla, Abrasel, Abrajet, Singtur, Conselho de Turismo, além dos sindicatos patronal e de empregados, todos, sem exceção, são co-responsáveis pela invejável posição que o nosso turismo ostenta no cenário nacional.

Pelo quadro exposto e nesse momento em que me afasto do comando oficial do turismo da Bahia, mais uma vez, manifesto meu carinhoso agradecimento ao amigo pela confiança e apoio ao governo do estado, no permanente esforço para legar à Bahia uma atividade turística auto-sustentável capaz de prover melhores condições de vida à sua população.

Cordial abraço,

Paulo Gaudenzi.

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