Felipe Niemeyer   |   16/09/2009 22:45

Caio: "Há preconceito com o mercado sul-americano"

O presidente da São Paulo Turismo Caio Luiz de Carvalho, foi o palestrante de hoje na reunião do Conselho de Turismo da CNC, no Rio de Janeiro.

O presidente da São Paulo Turismo Caio Luiz de Carvalho, foi o palestrante de hoje na reunião do Conselho de Turismo da CNC, no Rio de Janeiro, quando falou sobre “O Turismo como valor econômico”. Segundo Carvalho, o turismo deve, antes de tudo, gerar lucro para empresários, fazer com que o turista realize seus sonhos e que seja um instrumento para o desenvolvimento sustentado. “Foi o que fizemos em São Paulo ao trabalhar o turismo dentro de um grande negócio que é o entretenimento, que funciona com a idéia de cluster, onde todos que trabalham ligados ao setor ganham, “até os que menos apóiam, como bancos, cartões de crédito e petróleo”, disse.

De acordo com ele, essa forma de trabalho vai além da ideia de que o turismo está restrito a companhias aéreas, transporte terrestre ou agências de viagens, e coloca São Paulo como um dos principais destinos turísticos do mundo. Outro ponto destacado por ele é o fato de o Brasil, junto com a Índia e a China, serem os únicos países do mundo com previsões de PIB positivo este ano. “Temos que aproveitar esse fato que é muito animador para a nossa atividade”, disse.

O País, segundo ele, ainda se beneficia de baixa vulnerabilidade externa, estabilidade monetária e política, responsabilidade fiscal, ambiente favorável a investimentos, crescimento do mercado de consumo e classe média com poder aquisitivo maior. “Em 2008 o País registrou US$ 32 bilhões em ingressos de investimentos estrangeiros, enquanto este ano, até junho, já ultrapassamos US$ 35 bilhões, por exemplo. Isso é extremamente animador para quem quer investir”, avaliou.

Carvalho disse como deverá comportar-se o turismo do amanhã. “Segundo a OMT, prevalecerão o turismo de curta distância, os produtos de Sol & Praia continuarão sendo uma commodity, mas deverão agregar valores (ecoturismo ou eventos, por exemplo), a segmentação vai aumentar com o surgimento de novos nichos de mercado, haverá a explosão de ofertas ao consumidor na internet e os viajantes, mais exigentes, avaliarão questões como sustentabilidade, responsabilidade social e tipicidade da cultura local”, avaliou.

“Devemos ter inteligência estratégica para customizar produtos para esses novos clientes. Mais de 149 paises concorrem com o Brasil atualmente, enquanto que em 1950 eram só 15”, afirmou o presidente da São Paulo Turismo e ex-ministro de Esporte e Turismo. Carvalho reafirmou a importância da continuidade de ações para fortalecer o turismo doméstico, que responde por 85% da receita total do turismo no País. “Até porque estamos distantes dos grandes emissores”, acrescentou.

Outra mudança necessária, na opinião do executivo, é “acabar com o preconceito com o mercado sul-americano”. “Entre 18 milhões e 19 milhões de sulamericanos viajam para o Exterior todos os anos e apenas 2,5 milhões vem ao Brasil. O MTur tem uma visão clara disso mas o preconceito existe”, concluiu.

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