Artur Luiz Andrade   |   13/11/2009 16:07

MTur defende e explica melhor pesquisa que indicou que viajante não usa agentes de viagens e paga a vista pela viagem

A edição de número 885 do Jornal PANROTAS levanta questões sobre a pesquisa Hábitos de Consumo do Turista Brasileiro, encomendada pelo Ministério do Turismo ao Instituto Vox Populi. Sobre os questionamentos, o Ministério do Turismo esclarece.

"A edição de número 885 do Jornal PANROTAS levanta questões sobre a pesquisa Hábitos de Consumo do Turista Brasileiro, encomendada pelo Ministério do Turismo ao Instituto Vox Populi. Sobre os questionamentos, o Ministério do Turismo esclarece:

A Organização Mundial de Turismo define o turista como “todo o visitante temporário que permanece no local visitado mais de 24 horas”. A pesquisa abrange, portanto, todo o turista que se encaixa nesse conceito, sem considerar o meio de locomoção utilizado por ele: carro próprio, ônibus, avião entre outros.

Com base nesse conceito, o Instituto Vox Populi entrevistou 2.514 pessoas para traçar um retrato do turista brasileiro. O levantamento revelou que 58,8% dos entrevistados viajaram pelo menos uma vez nos últimos dois anos, independentemente do meio de transporte utilizado – 83% a mais do que o revelado pela pesquisa anterior, de 2007.

Dessa forma, considerar apenas o transporte aéreo como referência da intermediação das agências de viagem simplifica e pode distorcer a compreensão dos dados. Dos 1.478 entrevistados que viajaram nos últimos dois anos, 33,5% o fizeram de avião. São, portanto, 495 pessoas, sendo que 371 delas contrataram sua viagem por meio de agência de turismo. Assim, na amostra da pesquisa, 25% dos entrevistados que viajaram de avião não utilizaram agências, o que corresponde exatamente aos 25% de consumidores que, como afirma o PANROTAS, compram passagens aéreas sem a intermediação do agente.

Uma pesquisa pode oferecer diversos cortes, dependendo da necessidade de quem contrata o estudo. Neste caso, o objetivo do Ministério do Turismo era ter um retrato dos hábitos do brasileiro que consome turismo. E um dos resultados foi que 41,8% viajaram de carro, 33,5%, de avião e 23,8%, de ônibus.

Para efeito da pesquisa, o planejamento da viagem começa com a simples busca de informações sobre um destino. Quanto à forma de pagamento, o grande número de turistas que paga suas viagens à vista não se utiliza necessariamente dos serviços dos agentes de viagens. As despesas de uma ida de carro de uma cidade do interior da Bahia ou de São Paulo ao litoral desses estados, por exemplo, podem ser pagas à vista, diretamente à pousada, ao restaurante, ao posto de combustível. Exatamente como indicado na pesquisa.

As informações trazidas pelo levantamento podem e devem ser aprofundadas. Os resultados revelados indicam caminhos de diagnóstico sobre o setor que precisam ser explorados tanto por agentes públicos quanto por privados. Além de um perfil do turista brasileiro, a pesquisa revela um grande aumento do número de pessoas dispostas a viajar. Há um mercado potencial crescente que deve ser o objeto de atenção redobrada de quem a lê.

Os números indicam também que as modernas ferramentas de comunicação impactam profundamente o consumidor e devem ser tratadas pelos diversos segmentos de turismo não como ameaças, mas como instrumentos poderosos que estão à disposição para, inteligentemente utilizados, servir à expansão da atividade e dos negócios das empresas do setor.

A pesquisa está à disposição tanto dos governos estaduais e municipais quanto dos agentes privados que promovem a atividade turística no Brasil. Da parte do Ministério do Turismo, o estudo já balizou a decisão de relançamento da campanha publicitária de estímulo ao turismo doméstico Se você é brasileiro está na hora de conhecer o Brasil. Que a pesquisa seja mais uma ferramenta de planejamento estratégico do turismo brasileiro nacional, visando unicamente sua melhoria e crescimento.

Assessoria de Comunicação Social do Ministério do Turismo"

NOTA DA REDAÇÃO: O Portal PANROTAS concorda quando o MTur diz que "as informações trazidas pelo levantamento podem e devem ser aprofundadas", pois da forma como foram apresentadas geraram dúvidas e distorções no mercado, como vimos na referida edição do Jornal PANROTAS. Na edição 886, já disponível aqui no Portal PANROTAS, o presidente da Abav, Carlos Alberto Amorim Ferreira, também questiona o levantamento. A divisão por modal é fundamental em nosso setor e perguntas como quem planejou e onde pagou, além do valor médio gasto, são essenciais para análises e planejamentos em nossa indústria.

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