Artur Luiz Andrade   |   12/02/2010 12:55

D.U ou comissionamento zero. O que é melhor? Leia artigo exclusivo do presidente da Abav, Carlos Alberto Ferreira

O presidente da Abav explica como está a negociação com as companhias aéreas em relação à taxa D.U.

D.U ou comissionamento zero. O que é melhor?

"Vamos fazer um exercício de memória. Vocês lembram qual era o cenário do comissionamento quando o acordo entre a Abav e a Tam, que instituiu a D.U., foi firmado, em 2007? Ações judiciais impetradas pelas Abavs estaduais e DF estavam em andamento em diversos Estados, em razão da diminuição do comissionamento para 6% e 7% por parte das companhias aéreas. Além disso, as empresas aéreas já incentivavam que os passageiros comprassem diretamente pelo site, concedendo descontos e tarifas promocionais aos quais os agentes de viagens não tinham acesso. Prática esta adotada até hoje pelas companhias aéreas estrangeiras. Era, e continua sendo, o famoso “me engana que eu gosto”.

A isso, soma-se o fato de que o comissionamento dos agentes de viagens caminhava para zero graças à Portaria DAC 676/2000, que definiu que a remuneração das agências de turismo na venda de passagens aéreas era de natureza contratual - entre elas e as transportadoras - e não regulamentar. Desde então a remuneração deixou de ser obrigatória e poderia ser paga, ou não, pelas empresas aéreas. O que aconteceria? Desnecessário responder.

Sabíamos que o acordo não era o ideal, mas não tínhamos alternativa. Na época, demais entidades se manifestaram contra, mas de nada adiantou. O acordo foi proposto (ou seria imposto?) para resolver não só as ações judiciais que estavam em andamento, mas também para garantir nossa justa remuneração. O “calcanhar de Aquiles” é, de fato, a diferença de tarifa nos canais de distribuição on-line.

Desde que assumimos, estamos negociando incansavelmente com as empresas aéreas a fim de igualar as tarifas de forma que o preço disponibilizado no site seja o mesmo que o dos agentes, já acrescido do valor da D.U., mas o discurso é sempre o mesmo: a cobrança no site não é realizada pelo fato de não haver prestação de serviço.

Então eu pergunto: Qual o investimento mensal para se manter um site? Quem disponibiliza as ofertas? Quem faz a manutenção dos mesmos? Quem faz o atendimento on-line, disponibilizados pela maioria das empresas aéreas em seus sites para auxiliar os internautas nas dúvidas que surgem? E o atendimento ao passageiro que compra a passagem no site e depois quer cancelar, remarcar ou fazer qualquer alteração? É feito por uma máquina? Obvio que não. É um ser humano, e isso caracteriza a prestação de serviço. Mas as empresas aéreas seguem com sua visão míope (ou seria oportunista?).

O debate sobre a D.U. nunca terminou. Seguimos na nossa luta, até então, de forma pacífica e valorizando o diálogo, contando com o apoio das entidades representativas do setor. Mas àqueles que não são associados à Abav e estão insatisfeitos, lembro que podem negociar o que quiserem e puderem com as empresas aéreas, e, até mesmo, propor uma ação judicial. Fiquem à vontade.

Carlos Alberto Amorim Ferreira, presidente da Abav Nacional
E-mail: presidencia@abav.com.br"

Leia artigo de Luís Vabo, sobre o tema da taxa D.U..

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Sobre o autor

Artur Luiz Andrade é editor-chefe da PANROTAS, jornalista formado pela UFRJ e especializado em Turismo há mais de 30 anos.