Motoristas que trabalharam por sete anos com o Uber, nos Estados Unidos, reivindicam na justiça US$ 730 milhões em reembolsos de despesas. As ações coletivas foram iniciadas nos Estados da Califórnia e Massachusetts e ocorrem por conta da política da empresa de não possuir empregados e, sim, colaboradores.

De acordo com os advogados que entraram com a ação coletiva, o valor se deve a gastos com combustível e manutenção do veículo, cobranças que seriam arcadas pela empresa, caso os motoristas fossem oficialmente funcionários do Uber. Atualmente, como colaboradores, tais gastos ficam a cargo dos próprios motoristas.

O valor pedido, de US$ 730 milhões (ou cerca de R$ 2,5 bilhões), não foi estipulado de forma aleatória. Os advogados dos motoristas estimaram os gastos baseados em uma taxa de reembolso por milhagem percorrida, estipulada pelo governo norte-americano, além de dados divulgados pelo próprio Uber. O valor pode subir ainda mais caso a corte aceite o pedido de mais US$ 122 milhões referentes a gorjetas que poderiam ter sido coletadas nos últimos sete anos de trabalho.

Há uma proposta de acordo para o fim do processo legal, estipulada em US$ 100 milhões. Um juiz da corte federal de São Francisco irá decidir se os valores do acordo são justos e como os danos em jogo irão afetar sua análise no processo penal. Os advogados afirmam que motoristas que tenham trabalhado por diversos meses para a empresa podem estar aptos a receber milhares de dólares em decisões similares.