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João Cláudio Ribeiro, head de Expansão na Onfly, considerada a maior travel tech B2B da América Latina, divulgou um artigo sobre a potência da América Latina no mercado de viagens corporativas. Em 2023, por exemplo, o segmento atingiu US$ 47,6 bilhões em todo o continente. Veja abaixo o artigo na íntegra.

"América Latina: uma potência no mercado de viagens corporativas

Nos últimos anos, o setor de viagens corporativas na América Latina tem demonstrado um crescimento que reflete não só a recuperação econômica, como também a evolução das necessidades empresariais na região. Prova disso são países como México, Colômbia e Argentina, que experimentam mudanças impulsionadas por fatores como a expansão dos negócios, a globalização e as novas demandas de eficiência.

Neste contexto, as empresas digitais de gerenciamento de viagens, conhecidas como TMCs (Travel Management Companies, em inglês) vêm desempenhando papel fundamental, ao olhar para a otimização da gestão e para o controle de gastos de viagens corporativas de cima a baixo.

A expansão econômica, combinada com uma crescente integração global, contribuiu para o aumento das viagens corporativas da América Latina, que atingiu US$ 47,6 bilhões em 2023, de acordo com dados do IMARC Group. A expectativa é de que essa cifra alcance a marca de US$ 82,9 bilhões até 2032, segundo a mesma organização. Entre os fatores que podem contribuir para o cenário positivo, estão os crescentes investimentos em infraestrutura de transporte e de comunicação, bem como de políticas governamentais para atrair investimentos estrangeiros.

Entre os países citados, o México — uma das maiores economias da América Latina — experimentou um aumento anual médio de cerca de 7% antes da pandemia, de acordo com informações do Fundo Monetário Internacional. O setor continua a expandir com novas demandas por viagens de negócios, crescimento esse impulsionado pela posição estratégica do país como um hub entre a América do Norte e a América Latina, e também pela diversificação das indústrias, como tecnologia e serviços financeiros. Para se ter uma ideia, apenas em fevereiro de 2024, o setor de aviação mexicano registrou crescimento de 13%, uma estimativa de 4,9 milhões de passageiros transportados, conforme dados da Associação Latino-americana e do Caribe de Transporte Aéreo (Alta).

Essa mesma pesquisa mostra que a Colômbia segue o mesmo caminho, com um crescimento de 37% no tráfego internacional aéreo até fevereiro de 2024, o que corresponderia a 1,7 milhões de passageiros. Esse recorte é sustentado pela expansão dos serviços e pela estabilização política, aumentando a confiança dos investidores e, com isso, a demanda por viagens de negócios em cidades como Bogotá e Medellín. Ainda: a modernização da infraestrutura de transporte também contribui para o desenvolvimento do setor.

Por fim, a Argentina. Apesar de enfrentar desafios econômicos, seu mercado de viagens corporativas está em recuperação. O melhor exemplo é a própria capital, Buenos Aires, importante centro de negócios - a cidade recebeu 1,5 milhão de turistas e executivos de outros países em 2022, como apontou o Observatório de Dados do Escritório de Turismo A quantidade superou a expectativa de 1,15 milhão, aguardada para o período. No entanto, a necessidade de soluções de gestão de viagens tem se tornado mais evidente à medida que a economia se ajusta às novas realidades.

Esses índices demonstram que o protagonismo de negócios voltados à gestão de viagens corporativas na América Latina é oportuno. A recuperação econômica pós-pandemia e a diversificação dos mercados regionais estão impulsionando o crescimento e, consequentemente, aumentando a demanda por viagens de negócios. Além disso, a adoção de ferramentas de gerenciamento de viagens, plataformas de reserva online e soluções de análise de dados estão se tornando cada vez mais comuns. Sem contar a integração econômica da América Latina com outras regiões, promovendo um aumento nas viagens de negócios internacionais.

Nesse contexto, é possível apontar algumas tendências-chave que moldam esse mercado, como é o caso da personalização e experiência do viajante corporativo, incluindo desde opções de hospedagem até preferências alimentares e itinerários flexíveis.

Outra tendência é a preocupação com a sustentabilidade. As empresas buscam soluções que minimizem o impacto ambiental das viagens, como a escolha de companhias aéreas com políticas de compensação de carbono e a promoção de opções de transporte mais verdes.

A segurança dos viajantes também é uma preocupação constante. Por isso, ferramentas de rastreamento e gestão de crises estão se tornando essenciais. E, por fim, a integração com soluções de pagamento corporativo, que facilitam o controle de despesas e o cumprimento das políticas de viagem, otimizando o processo de reembolso.

No final das contas, é essencial se aprofundar sobre os mercados regionais, adaptando estratégias de gestão de viagens às especificidades culturais e econômicas de cada país. As parcerias com fornecedores locais, como hotéis e companhias aéreas, também fortalecem os modelos de negócio das empresas digitais de gerenciamento de viagens - isso ajuda a garantir tarifas competitivas e serviços personalizados. O que é particularmente valioso em mercados com alta volatilidade ou em que o acesso a dados e contatos pode ser limitado.

O fato é que, especialmente num contexto pós-pandêmico, as TMCs digitais garantem a gestão eficiente das viagens corporativas, oferecendo soluções para otimização de custos, conformidade com políticas e suporte tecnológico e assistencial. À medida que o setor evolui, esse formato de negócio auxilia empresas que desejam controlar gastos com viagens, promovendo um cenário promissor para o futuro"