Alagev lança Index 2025 para orientar gestores de viagens no planejamento de budgets
Material feito com FecomercioSP traz panorama do cenário econômico deste ano e perspectivas para 2026

Com o intuito de ajudar os gestores de viagens a prepararem os budgets de 2026, a Alagev, em parceria com a FecomercioSP, construiu o Index 2025, que traz um panorama do cenário econômico deste ano, principalmente em um contexto global de incertezas, marcado por guerras físicas, políticas e comerciais.
Para apresentar este material e falar das perspectivas, a associação realizou nesta quarta-feira (20) uma sessão on-line para os associados com a participação do economista e presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP, Guilherme Dietze, que mostrou que, apesar das dúvidas globais, a economia brasileira atravessa, no presente momento, uma conjuntura marcada por indicadores positivos.
"A ideia é entregar um documento para que os gestores tenham como argumentar com seus superiores, tenham respostas, saibam quais serão os reajustes na economia. Quando colocamos variáveis no Index, o profissional começa a ter argumento para aprimorar o planejamento para o próximo ano"
Guilherme Dietze, da FecomercioSP
Segundo o economista, diversos setores demonstram expansão e os principais números macroeconômicos apontam para uma trajetória de crescimento. Entretanto, as projeções de longo prazo indicam um cenário de maior cautela, com expectativas menos otimistas quanto à continuidade desse desempenho. Essa visão encontra respaldo quando se realiza uma análise mais detalhada dos dados atualmente disponíveis.
Alguns dados econômicos importantes
Guilherme Dietze apontou alguns dados econômicos que podem ser importantes para os travel e events managers usarem em suas argumentações de orçamento.
O PIB, por exemplo, registrou um crescimento de 1,4% no primeiro trimestre, impulsionado principalmente pelo setor agropecuário, que se beneficiou de uma safra recorde. Já a taxa de desemprego do Brasil no segundo trimestre foi de 5,8%, a menor da série iniciada em 2012.
Entre maio de 2024 e maio de 2025, a taxa média de juros ao consumidor saltou de 52,6% para 58,2% ao ano. Para as empresas, a elevação foi de 20,7% para 24,3% ao ano. Esse aumento nos custos de financiamento reduziu o ritmo das concessões de crédito, o que, por sua vez, afeta negativamente os investimentos do setor produtivo.
"Embora os juros elevados tenham efeito adverso sobre a atividade econômica, sua manutenção se justifica diante do quadro fiscal delicado e de uma inflação ainda resistente", aponta o especialista.
No mercado cambial, a valorização do real tem sido uma das poucas boas notícias adicionais. Desde o início do ano, a moeda brasileira passou de um patamar superior a R$ 6 por dólar para níveis próximos a R$ 5,50. Embora essa valorização tenha oscilado pontualmente, a tendência mais longa tem sido descendente.
"A tendência para o final do ano e início do ano que vem é um câmbio muito próximo de R$ 5,30, R$ 5,40. O que se espera é que o dólar continue caindo"
Guilherme Dietze
Viagens corporativas
O economista reforça que as viagens corporativas destoam, em certa medida, do atual contexto de maior cautela econômica. De acordo com o Levantamento de Viagens Corporativas, o LVC, os gastos das empresas com serviços relacionados ao Turismo totalizaram quase R$ 60 bilhões até maio deste ano, representando um crescimento de 8% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Esse montante equivale a uma participação estimada de quase dois terços do faturamento total do setor de Turismo no Brasil. Trata-se de um recorde histórico para o acumulado do ano, evidenciando a força do corporativo, mesmo diante de um cenário de desaceleração econômica.
E o tarifaço dos Estados Unidos?
A principal fonte de tensão atual no Brasil decorre da medida adotada pelo governo de Donald Trump, que impôs uma tarifa de 50% sobre as importações brasileiras desde 1º de agosto.
Essa decisão, de caráter marcadamente político e não econômico, introduz um elevado grau de incerteza, uma vez que não estão claros os próximos passos e a possível escalada da crise entre os dois países.
Em um cenário menos provável de revogação total ou parcial da tarifa, as condições anteriores seriam restauradas, permitindo um processo gradual de reequilíbrio econômico. No entanto, o que se projeta para o período próximo é um agravamento das tensões enquanto a situação permanece em análise.
Caso o conflito se intensifique, a economia doméstica deverá sentir os efeitos de maneira significativa, dado que os Estados Unidos representam o segundo maior parceiro comercial do Brasil. Na ausência de um mercado alternativo de porte semelhante e com capacidade de substituição ágil, é provável que as empresas brasileiras enfrentem um processo de desinvestimento e, consequentemente, demissões, o que resultaria na desaceleração da atividade econômica nacional.
"É importante trazer este panorama, que é até que otimista, diante de todas as volatilidades que enfrentamos e podemos enfrentar. Temos de ficar de olho nas mudanças geopolíticas, nas pressões internacionais e respostas do Brasil para algumas delas. Como Alagev, estamos prontos para ajudar e dar recomendações sobre como agir, ou que norte seguir", conclui a diretora executiva da associação, Luana Nogueira