Embraer fica de fora do tarifaço dos Estados Unidos no Brasil
Aplicação da tarifa poderia elevar o custo dos jatos, argumentam governo brasileiro e o CEO da fabricante

A Embraer se livrou da nova política de tarifas dos Estados Unidos, que impõe uma sobretaxa de 50% sobre uma lista de produtos brasileiros a partir de 6 de agosto. Antes de ser oficializada hoje pelo governo de Donald J. Trump, a medida gerou incerteza no mercado, mas hoje ficou decidido que excluirá aeronaves, motores e outros equipamentos de aviação civil da fabricante brasileira.
A decisão de isentar o setor aeronáutico foi confirmada após um período de negociações entre representantes dos dois países. O governo brasileiro, por meio do vice-presidente Geraldo Alckmin, e a própria Embraer, liderada pelo CEO Francisco Gomes Neto, apresentaram argumentos às autoridades norte-americanas, incluindo o Secretário de Comércio, Howard Lutnick.
O foco das discussões foi demonstrar que a aplicação da tarifa, que poderia elevar o custo de cada jato em aproximadamente US$ 9 milhões, impactaria negativamente as companhias aéreas regionais dos EUA, importantes clientes da Embraer.
Segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), os investimentos diretos de empresas brasileiras em território norte-americano cresceram 52,3% na última década, alcançando um estoque de US$ 22,1 bilhões em 2024.
A Embraer contribui para esse cenário com operações relevantes nos EUA, como a instalação de um centro de manutenção no Texas. A manutenção do fluxo comercial no setor aéreo, sem a nova barreira tarifária, reflete a complexidade das relações econômicas bilaterais, que envolvem tanto disputas comerciais quanto parcerias estratégicas consolidadas.