Diego Verticchio   |   09/06/2016 12:46

Veja os motivos que influenciam no valor do bilhete aéreo

Na última década, viajar de avião se tornou uma realidade para muitos brasileiros. Segundo a Abear, o número de passageiros no País saltou de 34 milhões (2002) para 103 milhões (2015). A democratização do transporte aéreo no Bras


Viajar de avião se tornou uma realidade para muitos brasileiros. Segundo a Abear, o número de passageiros no País saltou de 34 milhões (2002) para 103 milhões (2015). A democratização do transporte aéreo no Brasil está ligada aos preços das passagens, que caíram 40% na última década.

Isso aconteceu em grande parte devido à chamada liberdade tarifária, em vigor desde 2002. Antes, o governo era responsável por estabelecer faixas de preços para os bilhetes aéreos. Com a desregulamentação, as companhias aéreas passaram a definir os valores com base nos custos e na demanda de mercado.

O movimento estimulou a competitividade e a entrada de novas empresas aéreas no mercado brasileiro. Mas, além da concorrência, muitos outros fatores influenciam o valor final do bilhete aéreo. Conheça, abaixo, quais são.

Gasto com combustível

O maior custo um avião poder voar é o combustível: 38% do valor final de uma passagem são destinados ao abastecimento das aeronaves. E como o preço cobrado é em dólar (US$), cada vez que aumenta o câmbio há chances de aumentarem as passagens. No Brasil, o preço do galão de querosene de aviação (QAV) varia entre US$ 4 e US$ 6 nos aeroportos, enquanto US$ 3 é a média mundial. Por aqui, para encher o tanque de um Boeing 787, que comporta mais de 33 mil galões de combustível, o gasto pode ultrapassar US$ 200 mil.

Como o preço do QAV está atrelado ao dólar, as companhias aéreas pagam antes pelo combustível que vão usar no futuro. Assim conseguem se proteger em casos de grandes flutuações cambiais.

Impostos e taxas

Sabe aquela sensação de que viajar para Buenos Aires é mais barato do que o Nordeste? Ela existe, infelizmente, e tem um motivo claro: o valor dos impostos que são praticados no Brasil. O principal é o ICMS sobre o combustível, que incide apenas em voos domésticos. Sua alíquota é variável e pode alcançar o teto de 25%, de acordo com o Estado. Sozinho, o ICMS representa cerca de 8% dos custos. No caso de rotas para o exterior, tanto companhias aéreas nacionais quanto internacionais essão isentas deste imposto.

O ICMS não reina sozinho neste mar de impostos. Existem ainda outros que impactam o valor da passagem, como as tarifas cobradas pelos aeroportos para pouso, permanência, conexões, utilização dos balcões de check-in, comunicação e serviços de auxílio à navegação.

Manutenção e demais serviços

A manutenção da aeronave e dos equipamentos de segurança usados durante o voo, os serviços oferecidos a bordo, os salários da equipe de comissários, e toda a estrutura administrativa das companhias aéreas também influenciam no preço final da passagem. Uma alternativa feita pela Gol é cobrar, em alguns voos, o serviço de bordo. Já outras companhias, em voos menores, cancelaram este tipo de serviço.

O peso da bagagem

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) está estudando uma proposta de desregulamentação das franquias de bagagens despachadas. Caso seja aprovada, o valor da tarifa será mais barato para aqueles que não despacham suas bagagens, algo que costuma acontecer com frequência para aqueles que embarcam na ponte-aérea, por exemplo. Atualmente, em voos domésticos, os passageiros podem levar cinco quilos de bagagem de mão e despachar até 23 quilos sem cobrança adicional. Nos voos internacionais, a franquia chega a duas malas com 32 quilos cada uma.

O valor da bagagem é diluído no preço de todas as passagens. Assim, a tarifa fica mais alta e as pessoas que voam sem malas pagam pelas que carregam bagagem. Nos Estados Unidos e na Europa, por exemplo, apenas a mala de mão é gratuita. Um passageiro da American Airlines paga 25 dólares pela bagagem despachada. Na europeia Ryanair, o preço gira em torno de 40 euros (cerca de 150 reais).

Preços em queda

É muito possível que o processo de democratização do transporte aéreo, iniciado com a liberdade tarifária, na década passada, tenha continuidade nos próximos anos. Mudanças como a proposta de desregulamentação da franquia de bagagem visam aproximar a legislação brasileira dos padrões internacionais, facilitando a integração com o mercado global. Além disso, a própria concorrência entre as companhias aéreas, um dos motores da queda de preços após a liberdade tarifária, deve continuar mantendo o patamar atual dos valores praticados.


*Fonte: Portal Exame

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