Da Redação   |   27/03/2024 14:18   |   Atualizada em 27/03/2024 14:26

Deputados e trade pedem manutenção de incentivos para Turismo e Eventos

Governo tenta extinguir ou remodelar programa criado na pandemia para socorrer empresas dos dois setores

Mário Agra/ Câmara dos Deputados
Gilson Daniel: o Perse é necessário para a recuperação de setores relevantes
Gilson Daniel: o Perse é necessário para a recuperação de setores relevantes

Parlamentares e empresários defenderam nesta quarta-feira (27), durante comissão geral no Plenário da Câmara dos Deputados, a manutenção integral do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (PERSE).

O fim do PERSEestá previsto em duas medidas provisórias (1202/23 e 1208/24) enviadas pelo Poder Executivo ao Congresso Nacional. A iniciativa do governo Lula é alvo de críticas desde dezembro, quando surgiu a primeira das MPs.

Em março, após reunião com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e líderes partidários, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, recuou e prometeu enviar ao Legislativo um projeto de lei para criar uma versão mais enxuta do programa.

Crise causada pela pandemia

Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), Manuel Linhares, o fim do PERSE traria insegurança jurídica. “Qual o interesse de cortar as pernas de quem está se levantando da pior crise da história [pandemia]?”, questionou.

Segundo o deputado Paulo Litro (PSD-PR), presidente da Comissão de Turismo da Câmara, os segmentos de Turismo e eventos atualmente somam juntos 12% do PIB, mantendo cerca de 10 milhões de empregos com carteira assinada.

“Durante a pandemia de Covid-19, o setor de eventos deixou de faturar R$ 230 bilhões; o de Turismo, R$ 475 bilhões. Se não fosse esse programa, milhares e milhares de empregos teriam sido perdidos”

Deputado Paulo Litro (PSD-PR), presidente da Comissão de Turismo da Câmara

“O programa é necessário para a recuperação e o impulsionamento de setores relevantes no PIB”, afirmou o deputado Gilson Daniel (PODE-ES), presidente da Frente Parlamentar Mista da Hotelaria Brasileira.

Criado em 2021 para a desoneração total de tributos sobre eventos, hotéis e turismo, entre outros, o PERSE duraria dois anos, a fim de mitigar efeitos da pandemia de Covid-19. Em 2023, acabou prorrogado pelo Congresso.

Renúncia fiscal

Segundo o Ministério da Fazenda, a renúncia fiscal gerada pelo PERSE superou a estimativa inicial de R$ 4,4 bilhões. Dados preliminares indicam que ficou entre R$ 17 bilhões e R$ 32 bilhões em 2023, daí a ideia inicial de acabar com o programa.

Ao criticar a Fazenda, o presidente do Sistema Integrado de Parques e Atrações Turísticas, Murilo Pascoal, disse que o PERSE resultou em cerca de R$ 20 bilhões em transações fiscais. “O programa deve ser fiscalizado, não limitado”, afirmou.

Na comissão geral, não houve quem defendesse o governo. Além de Gilson Daniel, solicitaram a reunião os deputados Altineu Côrtes (PL-RJ), Hugo Motta (Republicanos-PB), Rogéria Santos (Republicanos-BA) e Vitor Lippi (PSDB-SP).

Da Agência Câmara de Notícias

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