Nova taxa de US$ 250 para visto vai impactar viagens aos EUA? Abav e Braztoa analisam
Lideranças como Abav Nacional e Braztoa, já ponderam possíveis impactos no comportamento dos viajantes

Os Estados Unidos aprovaram a criação da Visa Integrity Fee (Taxa de Integridade do Visto), uma nova taxa de US$ 250 para a emissão de vistos não imigrantes que será cobrada no momento da emissão do visto e tem como objetivo financiar a segurança e integridade do sistema de vistos americano.
Com isso, o custo total para obtenção do visto B1/B2 aumentará para US$ 459, já contando com a nova taxa de US$ 250 + US$ 24 do Formulário I-94, o que representa um acréscimo de mais de 130% em relação ao valor atual. No câmbio de hoje, o custo total ultrapassaria R$ 2,5 mil.
Mas será que este aumento, previsto para entrar em vigor em outubro, vai impactar a procura por viagens aos Estados Unidos? Embora já venha gerando reações cautelosas entre representantes do setor de Turismo no Brasil, a medida ainda carece de regulamentação. Lideranças da área, como Abav Nacional e Braztoa, já ponderam possíveis impactos no comportamento dos viajantes brasileiros.

Para Ana Carolina Medeiros, presidente da Abav Nacional, a taxa pode ser mais um item de atenção no orçamento de viagem, mas não deve provocar uma queda significativa na demanda para os Estados Unidos.
“O brasileiro, quando quer viajar, vai. Lógico que ninguém quer pagar mais taxa, IOF, dólar alto... mas não vejo uma grande repercussão neste primeiro momento. A maior preocupação das agências de viagens hoje é a instabilidade cambial. Essa montanha-russa do dólar traz uma insegurança gigante para o mercado”
Ana Carolina Medeiros, presidente da Abav Nacional
Ana Carolina ressalta que a nova taxa atinge apenas os solicitantes de novos vistos temporários, como os de Turismo e negócios. “Quem já tem o visto válido por dez anos não será impactado. Famílias que estão programando viagens para janeiro, por exemplo, e já têm o documento, não vão sentir diferença. Já quem precisa tirar o visto agora, esse sim terá que se preparar", complementou
Ainda de acordo com a visão da presidente da Abav Nacional, o impacto será mais relevante para novos viajantes ou para quem cogita viagens futuras e pode, eventualmente, reconsiderar o destino. Mesmo assim, ela acredita que a taxa isoladamente não será o fator decisivo.
Braztoa afirma ser cedo para mudanças concretas no comportamento

Fabiano Camargo, presidente do Conselho da Braztoa, afirmou que ainda é cedo para prever mudanças concretas no comportamento dos turistas. Segundo ele, ainda é prematura uma análise sobre mudança no comportamento e no interesse de viagens aos Estados Unidos por conta deste aumento.
"O consulado americano em São Paulo fez um pronunciamento protocolar. As regras e formas de cobrança ainda não foram detalhadas, bem como os procedimentos para reembolso da taxa também não foram anunciados”
Fabiano Camargo, presidente do Conselho da Braztoa
Apesar da cautela, Camargo reconhece que sobretaxas desse tipo têm potencial para desestimular parte dos viajantes: “Qualquer sobretaxa para o turista tem o condão de prejudicar ou diminuir as visitas a determinado destino, especialmente quando falamos em valores elevados como os US$ 250 anunciados. Esperamos que o governo americano reavalie esta medida", complementou.
A nova cobrança faz parte de um pacote orçamentário aprovado pelo Congresso dos Estados Unidos e ainda precisa ser implementada formalmente pelo Departamento de Segurança Interna (DHS) e pelos consulados. A expectativa é que detalhes técnicos e operacionais sejam divulgados nas próximas semanas.