Artur Luiz Andrade   |   19/08/2021 09:39
Atualizada em 19/08/2021 09:46

Colômbia e México compensam perdas de Brasil e Argentina para Decolar

Brasil e Argentina ainda sofreram, no segundo trimestre, com as restrições às viagens

As vendas da Decolar cresceram 32% no segundo trimestre do ano, em comparação ao primeiro, mostrando a retomada das viagens na América Latina. Excluindo seus dois maiores mercados, Brasil e Argentina, o crescimento foi ainda maior: 64%, com boas performances do México e da Colômbia.

Comparando com 2020, ano do ápice da pandemia, as vendas cresceram 900%. Na comparação com o ano de 2019, pré-pandemia, houve uma queda de 56%.

As transações cresceram 8% no trimestre e excluindo Brasil e Argentina esse índice pula para 44%. No comparativo anual o crescimento foi de 543% e em relação a 2019 a queda foi de 46%. O Brasil respondeu por 25% das transações (contra 38% no trimestre anterior, fruto da segunda onda de covid). As vendas no Brasil caíram 82% em relação a 2019 no trimestre.

NOITES DE HOTEL

O número de room nights, porém, caiu 6% de um trimestre a outro, com queda de 59% em relação a 2019.
As vendas via mobile representaram 45% do total no segundo trimestre de 2021, aumento de quatro pontos percentuais sobre o mesmo trimestre em 2019.

A receita foi de US$ 63,1 milhões, crescimento de 22% em relação ao trimestre anterior, mas 45% inferior aos níveis de 2019. E melhor que o resultado negativo de US$ 9,7 milhões no mesmo trimestre de 2020.

Os custos estruturais da empresa cresceram 2% ano a ano, chegando a US$ 33,6 milhões, não incluindo Best Day e Koin, empresas compradas recentemente. Custos de TI e a inflação argentina impactaram esses resultados.

No trimestre, o EBITDA ajustado ainda foi negativo, de US$ 22,3 milhões, principalmente impactado pelas restrições de viagens no Brasil e na Argentina.

A empresa usou US$ 9,8 milhões em dinheiro no segundo trimestre, contra US$ 24,7 milhões no primeiro. No mesmo trimestre de 2019 houve geração de Caixa de US$ 6,2 milhões.

Damián Scokin
Damián Scokin

CEO ANALISA
O CEO da Despegar, Damian Scokin, analisou, na apresentação dos resultados, a performance da empresa. “As tendências de recuperação continuam, com o nível de vendas atingindo 44% do pré-pandemia”, disse ele, que destaca México e Colômbia como responsáveis pela maior parte da recuperação. O número de passageiros aéreos no México atingiu, em junho, 74% do pré-pandemia, com a Colômbia mostrando resultado ainda melhor: 90%. “Em contraste Brasil, Argentina e Chile apresentaram contrações profundas sequenciais com o ressurgimento do vírus”, disse.

No lado positive, as reservas no Brasil melhoraram no segundo trimestre e a tendência continuou em julho, segundo o CEO da Decolar. A rentabilidade, de acordo com Scokin, tem melhorado na região, em especial devido às operações sólidas da mexicana Best Day e a melhorias nos algoritmos da OTA.

A expectativa do CEO é que a Despegar alcance nos próximos meses o break-even, com reservas chegando a US$ 400 milhões.
Ele destacou ainda o lançamento no México do Passaporte Despegar, que já tem 900 mil membros no Brasil e na Argentina. Scokin finalizou sua mensagem confiante no verão na América do Sul e no processo de vacinação na região.

Leia o relatório completo do segundo trimestre
https://s22.q4cdn.com/820444807/files/doc_financials/2021/q2/Despegar-ER-2Q21.pdf

Quer receber notícias como essa, além das mais lidas da semana e a Revista PANROTAS gratuitamente?
Entre em nosso grupo de WhatsApp.

Tópicos relacionados

Foto de Artur Luiz Andrade

Conteúdos por

Artur Luiz Andrade

Artur Luiz Andrade tem 18729 conteúdos publicados no Portal PANROTAS. Confira!

Sobre o autor

Artur Luiz Andrade é editor-chefe da PANROTAS, jornalista formado pela UFRJ e especializado em Turismo há mais de 30 anos.