Alta das salas VIP reflete mudança no perfil do viajante, avalia CEO do W Premium Group
Empresa aposta na diversificação dos serviços para acompanhar um público mais amplo e exigente
O ambiente dos aeroportos brasileiros tem passado por transformações nos últimos anos, acompanhando mudanças no comportamento do passageiro e na forma como empresas e instituições financeiras enxergam esse momento de espera antes do embarque. Uma das áreas em expansão é a de salas VIP, que, tradicionalmente associadas a passageiros de classe executiva, passaram a receber um público mais diversificado — reflexo direto da popularização do acesso por meio de cartões de crédito, programas de fidelidade e seguros de viagem.
O aumento da oferta desses espaços não se limita aos grandes terminais. Empresas do setor têm apostado também em aeroportos regionais, ampliando a cobertura e testando novos modelos operacionais. Essa mudança revela um movimento estratégico que vai além do conforto: trata-se de um campo de negócio em expansão, que atrai operadoras especializadas, bancos e seguradoras interessados em oferecer serviços associados à jornada do cliente.
Para entender como o setor tem se reorganizado diante desse cenário, conversamos com Italo Russo, CEO do W Premium Group — empresa que opera salas VIP em 17 aeroportos no Brasil, além de unidades na Argentina. Segundo ele, o crescimento da oferta é uma resposta tanto à demanda dos passageiros quanto ao interesse de aeroportos e parceiros comerciais em agregar valor à experiência de viagem.
Demanda em alta e novos formatos de operação
De acordo com Russo, o aumento da procura por salas VIP está relacionado a dois fatores principais: a mudança no perfil do viajante e a ampliação dos benefícios atrelados a serviços financeiros.
"Com os programas de acesso por cartões e seguros de viagem, mais passageiros passaram a considerar esse tipo de conforto acessível e desejável"
afirma Italo Russo
Ao mesmo tempo, ele destaca que os próprios aeroportos têm se mostrado mais abertos a esse tipo de iniciativa, vendo nas salas uma forma de diferenciar o terminal e aumentar a percepção de qualidade.
A operação da W Premium Group varia conforme o local. Em alguns aeroportos, a empresa administra diretamente os espaços. Em outros, atua em parceria com marcas do setor, operando sob uma bandeira compartilhada. Em todos os casos, o papel das administrações aeroportuárias é decisivo, seja na concessão de áreas, seja na estruturação dos modelos de parceria.
Serviços oferecidos e mudanças no perfil do cliente
Se no passado as salas VIP eram associadas a passageiros de classes mais altas, hoje o acesso é mais democratizado. A empresa aponta que mais de 30% dos clientes que entram nos espaços com cartão de crédito veem esse benefício como o mais importante — e uma parcela iportante estaria disposta a trocar de banco para ter acesso ampliado.
Atualmente, o público das salas inclui:
- Viajantes frequentes, independentemente da classe aérea
- Clientes premium de bancos
- Segurados com assistência viagem
- Passageiros ocasionais que compram o acesso avulso
Para atender a esse novo perfil, a empresa passou a oferecer uma lista de serviços que vai além do básico e que consiste nas seguintes facilidades:
- Buffet de alimentação
- Bebidas (inclusive alcoólicas)
- Wi-Fi de alta velocidade
- Duchas
- Áreas de descanso e trabalho
- Concierge com atendimento personalizado (Meet & Assist)
- Quartos privativos (Airport Rooms)
A empresa também vem testando novos serviços como o W Airport Rooms, que oferece quartos dentro de terminais — já disponível em Fortaleza e com previsão de lançamento em Recife — e o Fast Pass, que acelera o processo de embarque, disponível no aeroporto internacional de Guarulhos.
Presença no Brasil e na Argentina
Hoje, a W Premium Group administra 17 salas VIP em aeroportos como Guarulhos, Recife, Fortaleza, Porto Alegre, Belém e Cuiabá. Também oferece serviços complementares como o Meet & Assist em quatro terminais e quartos privativos em um.
Na Argentina, a empresa atua nos aeroportos de Ushuaia, El Calafate e Trelew. A entrada em outros mercados latino-americanos não é descartada.
O acesso às salas é possível por meio de parcerias com bancos, seguradoras, programas de fidelidade e empresas de turismo, além da compra avulsa, o que mostra a estratégia de manter a operação com múltiplos canais de entrada.
Perspectiva para o setor
A consolidação das salas VIP como um serviço comum nos aeroportos brasileiros aponta para uma mudança mais ampla no setor de aviação e hospitalidade. Para Russo, o crescimento não é apenas reflexo de uma nova demanda do passageiro, mas também do entendimento, por parte dos parceiros, de que esses serviços são uma extensão do relacionamento com o cliente.
"Hoje, a jornada começa bem antes do embarque. E o que o passageiro busca é mais do que um lugar para esperar: ele quer um atendimento eficiente, espaços adequados e serviços que melhorem sua experiência como um todo"
conclui o executivo.
- Leia também um panorama sobre as Salas VIP no Brasil na revista PANROTAS edição 1.595 (página 107) e a mais recente novidade entre as Salas VIP no maior aeroporto do País.