Aviação brasileira decola com mais de 200 mil pousos e decolagens em junho; veja ranking
Galeão (RJ) surpreende com retomada expressiva e aviação geral mostra força nos terminais regionais

Junho foi o mês mais movimentado de 2025 para a aviação brasileira. Exatos 200.132 pousos e decolagens foram registrados nos 50 principais aeródromos do País, superando os volumes de maio e consolidando uma trajetória de crescimento no setor, de acordo com dados do Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA).
A média diária de voos em junho, por exemplo, ultrapassou 6.670 movimentos, com tendência de alta já visível nas primeiras semanas de julho. A média móvel de sete dias aponta para um patamar acima dos 7 mil voos diários, o que não era registrado desde o fim de 2023.
E a aviação comercial segue sendo o principal motor da atividade aérea nacional, respondendo por exatos 130.718 movimentos durante o mês passado, o que representa crescimento de 6,2% em relação ao mesmo mês de 2024. Em comparação a 2023, a alta é ainda mais expressiva, com avanço de 4,8%.

Já a aviação geral (voos executivos, particulares e táxi aéreo) continua em trajetória positiva. O segmento teve 49.513 operações no mês, com incremento de 6,6% sobre junho de 2024 — com destaque para o uso de aeronaves de asa fixa, que cresceram 5,9%, enquanto a aviação rotativa (helicópteros) teve queda de 14,5% no mesmo período.
Guarulhos lidera, Galeão e Belém surpreendem e Congonhas recua

O Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, segue na liderança absoluta em número de movimentos, com 25.123 decolagens e pousos em junho, alta de 5,8% frente a 2024. Brasília e Congonhas completam o pódio, com 17.616 e 13.154 movimentos, respectivamente. Brasília, no entanto, sofreu retração de 8,2%.
Quem surpreendeu positivamente foi o Galeão. O aeroporto carioca, que vem passando por um processo de revitalização e readequação operacional, viu um salto de 23,2% nas operações, em relação a junho de 2024, e incríveis 37,9% quando comparado a 2019, último ano pré-pandemia considerado referência.
Por outro lado, segundo dados do CGNA, Recife e Florianópolis registraram quedas acentuadas de -11,8% e -14,8% em relação a junho de 2024, respectivamente.
Outros aeroportos com desempenho acima da média:
- Belém: +43,6% vs. 2019 e +5,6% vs. 2024
- Salvador: +24,6% vs. 2019 e +4,7% vs. 2024
- Confins: +17,8% vs. 2019 e +3,5% vs. 2024
- Viracopos: +8,2% vs. 2019

Aviação geral impulsiona crescimento fora dos grandes centros

Terminais regionais com forte presença da aviação geral registraram crescimentos notáveis. O CGNA destaca ainda que o movimento de asa fixa cresceu em 18 dos 20 principais aeroportos analisados, com variações de até 120% em terminais como o Campo de Marte. Entre os destaques estão:
- Campo de Marte: crescimento de 7,1%, ainda que em queda de 5,9% comparado a 2019.
- Porto Seguro: aumento de 15,1% sobre 2024 e 38,7% sobre 2019, refletindo o aumento do turismo regional.
- Maceió: crescimento de 48,3% na comparação anual.
Expectativa para o segundo semestre é de continuidade no crescimento
Com o aumento sazonal de viagens no segundo semestre, o CGNA projeta manutenção do crescimento. Julho já mostra números superiores aos de junho, com a média móvel de operações diárias se estabilizando acima de 7,1 mil voos. Eventos como a COP30, em Belém, devem impulsionar ainda mais o movimento em cidades estratégicas.
“A tendência é de retomada sólida e gradual, com destaque para o equilíbrio entre aviação comercial e geral e a retomada de terminais estratégicos como o Galeão e Belém”, diz o relatório.
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