Pista menor e menos fingers: projeto do novo aeroporto de Lisboa deve passar por mudanças
Projeto será ajustado pra refletir as necessidades da aviação e permitir taxas aeroportuárias mais baratas
O projeto do novo aeroporto de Lisboa, em Portugal, que será construído no Campo de Tiro de Alcochete, a cerca de 38 quilômetros por estrada do atual Aeroporto Humberto Delgado, deve passar por mudanças significativas em relação ao plano original. Isto porque a concessionária ANA (Aeroportos de Portugal) vai propor ao governo uma série de ajustes nas especificações técnicas da obra.
O objetivo é tornar o projeto mais realista, eficiente e com custo menor. Segundo o Correio da Manhã e o ECO, o novo aeroporto terá pistas mais curtas do que as previstas inicialmente e contará com menos pontes de embarque (fingers). A ideia é priorizar o embarque direto na pista, modelo comum em companhias aéreas de baixo custo, onde os passageiros acessam a aeronave a pé ou por ônibus, sem o uso das estruturas conectadas ao terminal.
“Não é necessário ter duas pistas de 4 mil metros nem projetar o aeroporto inteiro para receber aviões como o Airbus A380”, afirmou o CEO da ANA, Thierry Ligonnière. Segundo ele, uma pista com cerca de 3 mil metros será suficiente para a maioria das operações comerciais, o que reduz significativamente os custos de construção.
Além da redução das pistas e das pontes de embarque, também estão previstas revisões na área total e no tamanho do terminal. O objetivo é adaptar o projeto a diferentes perfis de companhias. Isto porque, enquanto aéreas de baixo custo preferem embarques mais simples e rápidos, companhias tradicionais priorizam o conforto do passageiro.
Em janeiro deste ano, a ANA havia apresentado ao governo um projeto com custo estimado de 8,5 bilhões de euros, prevendo duas pistas com possibilidade de expansão para quatro e conclusão da obra até 2037. Para viabilizar o investimento, a proposta incluía um aumento expressivo nas taxas aeroportuárias e a extensão da concessão até 2092, pontos que geraram críticas de companhias aéreas e reservas por parte do governo.
Agora, com um projeto mais enxuto, a ANA busca não apenas reduzir o custo total, mas também evitar reajustes nas tarifas cobradas das companhias e dos passageiros. O novo aeroporto, que poderá se chamar Luís de Camões, chega para substituir o atualmente limitado e saturado Aeroporto Humberto Delgado.