Pontualidade dos voos comerciais no Brasil recua em novembro; veja principais aeroportos
Relatório do CGNA mostra queda nos índices de partidas e chegadas dentro do limite de 15 minutos no País

A pontualidade dos voos comerciais no Brasil recuou em novembro de 2025, segundo o mais recente relatório do Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA). O estudo analisa o desempenho operacional dos principais aeroportos do País, considerando atrasos de até 15 minutos como padrão de referência.
Os dados revelam que, apesar do sistema aéreo brasileiro manter índices gerais acima de 70% na média anual, novembro registrou recuo tanto nas partidas quanto nas chegadas, especialmente nos aeroportos com maior volume de movimentos.
Um dos principais fatores para a piora no desempenho foi a pontualidade das chegadas, que apresentou índices consistentemente inferiores aos das partidas. Em vários aeroportos, a diferença entre decolagens e pousos dentro do horário ultrapassou 15 pontos percentuais, indicando dificuldades na absorção do tráfego ao longo do dia, especialmente nos períodos de pico.

A análise diária mostra ainda uma grande volatilidade ao longo do mês, com oscilações relevantes entre dias consecutivos, o que aponta para impactos operacionais pontuais, como meteorologia adversa, restrições de infraestrutura e efeito cascata de atrasos acumulados.
No ranking de pontualidade, aeroportos regionais e de médio porte ocuparam as primeiras posições, enquanto os grandes hubs nacionais apareceram nas faixas intermediárias ou inferiores da lista. Terminais com menos movimentos tiveram maior previsibilidade, uma relação entre capacidade instalada e regularidade operacional
Neste caso, aeroportos como Santos Dumont (RJ), Brasília (DF) e Curitiba (PR) figuraram entre os mais bem posicionados em partidas, enquanto terminais com alto fluxo, como Guarulhos (SP), Congonhas (SP) e Galeão (RJ), registraram desempenho abaixo da média nacional em diferentes recortes do estudo.
A avaliação horária aponta que os atrasos se intensificam a partir do meio da tarde, com redução gradual da pontualidade até o fim da noite. Esse comportamento reforça o chamado “efeito dominó”, quando pequenos atrasos iniciais se acumulam ao longo do dia, afetando principalmente as chegadas noturnas. Já os voos da madrugada e do início da manhã apresentaram os melhores índices, tanto em partidas quanto em chegadas, beneficiados por menor saturação do espaço aéreo e das pistas.
O Aeroporto Internacional de Guarulhos, principal porta de entrada do País, por sua vez, manteve alto volume de operações, mas apresentou índices de pontualidade inferiores à média nacional, sobretudo nas chegadas. A análise por trecho mostra que, em muitos casos, a pontualidade se deteriora após a passagem pelo aeroporto, indicando desafios na gestão do fluxo e na recuperação de atrasos