Laura Enchioglo   |   23/12/2025 11:43

Trade do Rio reage a anúncio sobre aumento de passageiros no Santos Dumont

Abav-RJ, Visit Rio e outras entidades do trade reforçam importância da coordenação aeroportuária


Alexandre Macieira/Riotur
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, afirmou nesta segunda-feira (22), a flexibilização da limitação de voos do Aeroporto Santos Dumont
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, afirmou nesta segunda-feira (22), a flexibilização da limitação de voos do Aeroporto Santos Dumont

O trade turístico do Rio de Janeiro recebeu com atenção o anúncio do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, de que o teto de passageiros do Aeroporto Santos Dumont (SDU) será ampliado entre 1 milhão e 1,5 milhão em 2026.

A medida ocorre após dois anos de aplicação de limites operacionais no terminal, política adotada como estratégia para reequilibrar o sistema aeroportuário do Rio e impulsionar a recuperação do RIOgaleão (GIG).

Desde a implementação da coordenação entre os aeroportos, iniciada em outubro de 2023, os resultados confirmam o impacto positivo da estratégia. O GIG registrou crescimento superior a 50% no número de passageiros no primeiro trimestre de 2025 e, entre janeiro e julho deste ano, recebeu quase 10 milhões de viajantes — mais de 3,2 milhões a mais do que no mesmo período de 2024, segundo dados da Anac.

No acumulado entre 2023 e 2025, a movimentação conjunta do Santos Dumont e do RIOgaleão cresceu 21%, índice superior ao crescimento nacional no mesmo período, que foi de 13% quando excluídos os números do Rio de Janeiro.

Para o trade, os dados comprovam que a política de restrição e coordenação dos voos é fundamental para garantir maior conectividade, fortalecer a malha aérea e ampliar a movimentação de passageiros e cargas, com reflexos diretos no desenvolvimento econômico da cidade, do estado e do País.

Divulgação
Marcelo Siciliano, presidente da Abav-RJ
Marcelo Siciliano, presidente da Abav-RJ

“O que os números mostram é que a coordenação aeroportuária funciona. O Rio cresceu acima da média nacional, recuperou o Galeão e ampliou sua capacidade de atrair turistas e negócios. Qualquer decisão sobre o Santos Dumont precisa preservar esse equilíbrio, que é estratégico não apenas para o Turismo, mas para toda a economia”

Marcelo Siciliano, presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens do Rio de Janeiro (Abav-RJ)

Na mesma linha, o presidente da Associação Rio Vamos Vencer, Marcelo Conde, destaca que a política adotada nos últimos anos trouxe previsibilidade e resultados concretos e que urge ao prefeito do Rio, Eduardo Paes, interceder junto ao presidente da República para evitar esse retrocesso.

“A restrição de voos no Santos Dumont nunca foi um entrave ao crescimento, mas sim um instrumento de ordenamento do sistema. A coordenação entre os aeroportos ampliou a conectividade do Rio, fortaleceu o Galeão e gerou efeitos positivos em toda a cadeia produtiva do turismo. Prova disso é marca de 9 milhões de turistas internacionais que o país atingiu este ano, número 40% superior ao recorde anual anterior”, enfatizou Marcelo Conde.

Juliana Chalita
Luiz Strauss e Roberta Werner, do Visit Rio
Luiz Strauss e Roberta Werner, do Visit Rio

Luiz Strauss, presidente-executivo do Visit Rio, também vê com preocupação o anúncio de aumento no número de passageiros no Santos Dumont.

“A medida sinaliza um possível retrocesso após um esforço robusto e bem-sucedido de coordenação entre os aeroportos da cidade, construído ao longo dos últimos dois anos. Como principal aeroporto internacional e hub aéreo do Rio de Janeiro, o Galeão é estratégico para a conectividade, a atração de eventos, o turismo e os negócios. Qualquer mudança nessa lógica precisa ser amplamente debatida e avaliada com responsabilidade, para não comprometer avanços já consolidados e os impactos positivos para toda a cadeia do Turismo carioca”

Luiz Strauss, presidente-executivo do Visit Rio

FecomercioRJ também criticou medida

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio de Janeiro (FecomercioRJ) manifestou ontem (22) seu inconformismo institucional diante da possibilidade de flexibilização das regras que limitam o volume de operações no Aeroporto Santos Dumont a 6,5 milhões de passageiros por ano.

De acordo com a entidade, essa política de ordenamento das operações aeroportuárias, definida pela União há dois anos, constitui uma diretriz pública estruturante, construída com base em estudos técnicos e no planejamento integrado da aviação civil brasileira.

Prefeitura da cidade é contra

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, também manifestou sua indignação com a possibilidade de flexibilização das regras.

“Forças ocultas estão se movimentando na Anac para alterar a política bem sucedida do governo de restringir os voos no Aeroporto Santos Dumont para coordenar o sistema de aeroportos do Rio de Janeiro e fortalecer o Aeroporto Internacional do Galeão - que é fundamental para o desenvolvimento do Rio e do Brasil”, destaca Paes.

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Sobre o autor

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero, Laura Enchioglo é repórter na PANROTAS, onde entrou como estagiária em 2023. Tem experiência em assessoria de imprensa e na cobertura de economia e finanças.