Da Redação   |   24/04/2023 12:32
Atualizada em 24/04/2023 12:34

NDC busca o controle estratégico da distribuição; veja artigo de Luís Vabo

Especialista em tecnologia para o Turismo faz análise da Nova Capacidade de Distribuição, da IATA


PANROTAS / Emerson Souza
Luis Vabo
Luis Vabo

Em continuidade à série de artigos pedidos pela PANROTAS sobre NDC, ou New Distribution Capability (leia o da Copastur aqui e o da Wooba aqui), abrimos espaço para a última postagem de Luís Vabo, sócio-CEO da Reserve, sobre o tema em seu blog B2B Tech. Acesse o blog clicando aqui, e leia o artigo na íntegra a seguir:


NDC busca o controle estratégico da distribuição
Por Luís Vabo

Na segunda vez que analisei o NDC no Blog B2BTech, citei o cronograma inicial divulgado pela IATA na época, com o prazo de cinco anos para implementação do NDC, mas também “chutei” que a adesão das companhias aéreas levaria pelo menos dez anos.

Pois não é que o NDC (New Distribution Capability) completou dez longos anos no mês passado? Foi em março de 2013 que a IATA apresentou solicitação ao Departamento de Transportes dos EUA (DOT) para aprovação da Resolução 787 da Conferência de Serviços de Passageiros sobre o padrão técnico básico para o NDC (que nada mais é do que um padrão de mensagem XML), para atualizar o padrão pré-Internet existente.

Pouco mais de dois anos depois, em dezembro de 2015, o sistema Reserve lançou uma integração com o recém-desenvolvido sistema NDC da American Airlines, que permitiu à Copastur emitir o primeiro bilhete aéreo no padrão NDC nas Americas, alguns meses antes do que os próprios desenvolvedores do padrão NDC, demonstrando, na época, que o NDC é viável e que veio para ficar.

Hoje já não é mais novidade pra ninguém que o padrão NDC foi concebido pelo IATA para que as companhias aéreas retomem o controle estratégico da distribuição de seus serviços, nas mãos dos GDS (Global Distribution Systems) há pelo menos 40 anos, mas ninguém também tem dúvidas de que os GDS estão e continuarão no jogo da distribuição, especialmente se conseguirem reduzir substancialmente seu custo por segmentação para as cias. aéreas.

Nesta primeira década de existência do NDC, todas as cias. aéreas que aderiram na prática ao novo padrão, referem-se a esta decisão como uma “estratégia para agregar valor à oferta de serviços e gerar mais qualidade na experiência dos clientes”, o que pode vir a ser a mais pura realidade, dependendo de quem seja o cliente, se a agência de viagens, o passageiro final ou a empresa pagante (no caso de bilhete corporativo).

Fato é que a LATAM é a primeira cia. aérea com forte capilaridade doméstica e internacional no Brasil que promete inaugurar seu sistema de reservas no padrão NDC já na próxima semana, se tudo der certo, no dia 1º de maio de 2023, data que poderá marcar o início de uma mudança radical na forma como os clientes interagem com as cias. aéreas, que poderá impactar profundamente o mercado de Viagens e Turismo no Brasil. Ou não…

Há mesmo muito mais coisas em jogo na opção pelo padrão NDC, do que parece à primeira análise, mas este jogo mal começou.

Há mesmo muito mais coisas em jogo na opção pelo padrão NDC, do que parece à primeira análise, mas este jogo mal começou.

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