Leonardo Ramos   |   14/05/2018 16:04

Alitalia tem melhoras após um ano em administração extraordinária

Receita subiu no ano passado, primeira alta após anos em queda; prejuízo no Ebitda caiu 87%

Wikicommons/Bene Riobó
Receita sobe pela primeira vez após anos em queda
Receita sobe pela primeira vez após anos em queda

Um ano sob administração extraordinária parece ter feito bem à Alitalia. Stefano Paleari, um dos três comissários especiais responsáveis pela gerência da aérea italiana neste período, revelou resultados que mostram ao menos um início na recuperação das finanças da companhia - lembrando que o prazo para sua venda foi estendido para outubro deste ano.

A começar pela receita de 2017: foram três bilhões de euros, apenas 1% a mais que em 2016, mas um importante resultado se considerar que a aérea vem de alguns anos de redução na renda. O Ebitda, ou seja, lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, foi de 24 milhões de euros negativos entre 2 de maio (data do início da administração extraordinária) até o final do ano passado - uma redução de 87% do prejuízo, já que no mesmo período em 2016 o número havia sido 190 milhões de euros negativos.

"O Ebitda se torna positivo em 31 milhões de euros se adicionarmos itens não recorrentes", contou Paleari, ressaltando que uma parte disso se deve a uma redução de 7% nos custos desde maio do ano passado.

"Nos últimos três meses, com o grande desafio das viagens sazonais, as receitas de passageiros aumentaram 64% e o Ebitda melhorou para 117 milhões de euros negativos, de 228 milhões negativos no mesmo período de 2017", seguiu listando o executivo italiano, que gerencia a aérea ao lado de Luigi Gubitosi e Enrico Laghi.

LONGO PRAZO
Quanto ao futuro da empresa, o comissário especial deixa em aberto. Segundo ele, graças à redução de perdas operacionais no ano passado, os 900 milhões de euros emprestados pela Iata e que agora estão sob o controle da Comissão Europeia ainda não foram utilizados. Um plano de longo prazo, porém, "especificamente no planejamento da renovação da frota" deve se valer da quantia para dar certo e reerguer a companhia.

Ao menos no curto prazo, porém, bons números são aguardados. As reservas para esta temporada de verão, por exemplo, já ultrapassam em cinco milhões os números vistos no ano passado; por outro lado, a alta de 65% do preço do petróleo deve reduzir em parte a recuperação dos ganhos da Alitalia.

"A empresa está indo melhor do que nos anos anteriores. Podemos dizer que tudo vai ficar bem quando não houver mais prejuízo e a estabilidade financeira for alcançada", encerrou Stefano Paleari.

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