Movida

Karina Cedeño   |   20/08/2018 11:20

Novo CEO da Air France-KLM enfrenta ameaça imediata de greve

A parceria com a Delta Air Lines também foi criticada pelo sindicato


Air Canada
O novo diretor executivo da Air France-KLM, Ben Smith
O novo diretor executivo da Air France-KLM, Ben Smith
O novo diretor executivo da Air France-KLM, Benjamin Smith, recebeu um aviso de um dos sindicatos da transportadora: “satisfaça nossas demandas de pagamento ou sairemos do trabalho novamente”. As informações são da Bloomberg.

O até então chefe de Operações da Air Canada assumirá a presidência da Air France-KLM até 30 de setembro, informou a companhia aérea sediada em Paris em comunicado divulgado na quinta-feira. Ele sucede Jean-Marc Janaillac, que desistiu do cargo este ano depois de uma série de greves de funcionários ocorridas na companhia.

Smith terá que cortar custos e melhorar as operações em uma indústria competitiva, enquanto tenta conter os sindicatos insatisfeitos.

"Ainda estamos determinados a ter sucesso em nossas demandas", afirmou o representante do sindicato CGT, Vincent Salles, adiantando que há um grande risco de greves se Ben Smith não for capaz de renovar um diálogo com os sindicatos da Air France.

DESAFIOS COMPETITIVOS
Até que Smith assuma, a Air France-KLM manterá a estrutura de governança estabelecida após a renúncia de Janaillac. A presidente interina Anne-Marie Couderc manterá seu papel no período intermediário.
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"Estou bem ciente dos desafios competitivos que o Grupo Air France-KLM está enfrentando atualmente e convencido de que as equipes das companhias aéreas têm todos os pontos fortes para ter sucesso no mercado global", destacou Smith em comunicado.

Nove sindicatos afirmaram que recrutar um chefe estrangeiro é “inconcebível”, antes que a diretoria da companhia se reunisse para selecionar um novo CEO. Grupos trabalhistas se encontrarão em 27 de agosto para decidir os próximos passos em uma longa disputa sobre remuneração que levou a 15 dias de greves e a voos perdidos este ano. Os sindicatos disseram que queriam "um líder responsável" e engajado no modelo francês de relações de trabalho, bem como a posição da Air France-KLM contra os concorrentes europeus.

Salles recuou da crítica à nacionalidade de Smith, dizendo que os trabalhadores estão preocupados que a empresa irá expandir suas operações de baixo custo, acarretando salários mais baixos para os funcionários.

Os sindicatos também criticaram o papel da Delta Air Lines, afirmando que a candidatura de Smith estava sendo “empurrada por uma empresa concorrente”. A Delta, com sede em Atlanta (EUA), responde por 8,8% das ações da Air France-KLM e as duas operam com partilha de receita e custo nas rotas do Atlântico Norte.

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