Filip Calixto   |   04/03/2020 10:18   |   Atualizada em 04/03/2020 10:37

Latam já utiliza drones na manutenção de aviões em São Carlos (SP)

O MRO Latam, em São Carlos, já tem as vistorias de aviões feitas por drone em seus hangares.

Filip Calixto
Marcos Melchiori, Marcel Alexandre Garcia, Gustavo Guella e Alexandre Peronti, da Latam
Marcos Melchiori, Marcel Alexandre Garcia, Gustavo Guella e Alexandre Peronti, da Latam
Maior centro de manutenção de aeronaves na América Latina, o MRO da Latam, em São Carlos, interior de São Paulo, já tem as vistorias de aviões feitas por drone em seus hangares. Em testes desde dezembro do ano passado, o processo foi homologado internacionalmente e agora é empregado para a averiguação dos modelos da família Airbus. A novidade, segundo a gestão do complexo, aumenta a eficiência da verificação em 70% e diminui o tempo de realização de 16 para três horas.

A companhia mostrou como funciona a operação em uma visita realizada ontem (3) no MRO. "É mais um projeto que reforça a característica pioneira da Latam na América Latina. Esse método nos dá um ganho significativo de eficiência e melhora nossos padrões de qualidade", afirma o diretor de manutenção da Latam Brasil, Alexandre Peronti.

O executivo, que acompanhou a visita ao complexo, explica o equipamento tem voo autônomo e entrega visão detalhada com mais de 1,5 mil imagens captadas e automaticamente arquivadas num banco de dados, que constroem um histórico sobre o estado de cada aeronave. Para detectar eventuais danos no avião, o equipamento utiliza uma leitura a laser que é checada por técnicos. A análise compara um projeto 3D previamente arquivado com o veículo avaliado.
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A operação com o drone está em testes desde o final do ano passado
A operação com o drone está em testes desde o final do ano passado
Para colocar o método em funcionamento, a Latam participou do desenvolvimento dele e submeteu à análise de especialistas no assunto e autoridades europeias em aviação. Com o aval conquistado, o tipo de vistoria subtitui o processo de inspeção que era feito por de maneira visual por técnicos. A ideia da empresa é aplicar o mesmo método num outro centro de manutenção da empresa, no chile. "Nosso objetivo foi ter uma maneira de análise igual ou melhor ao que fazíamos", reitera Peronti.

Os drones chegaram à Latam por meio de um contrato de leasing. Contudo, segundo informa o diretor, um aparato com esse potencial custaria valores entre até US$ 500 mil.

SEQUÊNCIA DO RETROFIT

Mais que o trabalho desenvolvido com os drones, a visita ao MRO também mostrou como anda o retrofit da frota Latam, que acontece desde o ano passado. Desde o início de 2019, o complexo revitalizou e repintou 54 aviões de um corredor e a ideia é entregar mais 60 até o final do ano.

A remodelação interna e repintagem dessas aeronaves levam 21 dias para serem feitas, segundo revela Peronti. "Estamos falando de uma remontagem completa, uma modificação estrutural nesses aviões que requer mão de obra especializada, por isso fazemos aqui", justifica.

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