Beatrice Teizen   |   01/06/2020 12:22   |   Atualizada em 01/06/2020 13:25

Embraer tem prejuízo líquido de R$ 1,27 bilhão no 1T20

Já a receita líquida teve queda de 8% em relação ao período de 2019 e ficou em R$ 2.874,7 milhões

A Embraer divulgou hoje (1º) os resultados do primeiro trimestre de 2020. Neste período, foram entregues cinco aeronaves comerciais e nove executivas (cinco jatos leves e quatro grandes) e sua carteira de pedidos firmes (backlog) alcançou US$ 15,9 bilhões.

Divulgação
Embraer acaba de divulgar os resultados do primeiro trimestre de 2020
Embraer acaba de divulgar os resultados do primeiro trimestre de 2020
Em particular, as entregas de aeronaves comerciais foram negativamente impactadas pelas medidas tomadas em janeiro, mês em que não houve entregas para efetuar a separação da divisão de Aviação Comercial da Embraer em relação à parceria estratégica, agora encerrada, com a The Boeing Company.

A fabricante apresentou no período um prejuízo líquido de R$ 1,27 bilhão e, por ação, de R$ 1,73. A perda líquida ajustada (excluindo-se impostos diferidos e itens especiais) foi de R$ 433,6 milhões e, por ação ajustada, ficou em R$ 0,59.

A receita líquida teve queda de 8% em relação ao período de 2019 e ficou em R$ 2,8 bilhões, com queda em praticamente todos os negócios da companhia, à exceção da aviação executiva. Apesar das entregas de jatos executivos terem sido um pouco menores neste trimestre, o mix foi mais favorável, uma vez que uma quantidade maior de jatos grandes foi entregue nesse período. O Ebit e Ebitda foram de R$ 209,1 milhões e R$ 47,6 milhões, respectivamente, levando a margens de -7,3% e 1,7%, comparados ao primeiro trimestre do ano passado.

Os resultados financeiros incluem também itens especiais devido aos impactos da covid-19, como R$ 108,6 milhões em variações negativas no valor da participação da Embraer na Republic Airways Holdings e R$ 163,1 milhões em provisão para devedores duvidosos nas contas a receber, uma vez que a companhia adotou uma abordagem mais conservadora no contexto da pandemia.

Devido à incerteza relacionada à crise do novo coronavírus, as estimativas financeiras e de entregas da empresa para 2020 permanecem suspensas neste momento. No entanto, ela registrou uma liquidez sólida e fechou o primeiro trimestre deste ano com um caixa de R$ 12.999,7 milhões. A dívida era de R$ 19.922,9 milhões, sendo que grande parte desta com vencimento a partir de 2022, perfazendo uma dívida líquida de R$ 6.923,2 milhões.

A estratégia de alocação de caixa da Embraer continua sendo uma das principais ferramentas para a mitigação do risco cambial. Ajustando a alocação do caixa em ativos em reais ou dólares norte-americanos, a companhia busca neutralizar sua exposição cambial sobre as contas do balanço. Ao final do primeiro trimestre deste ano, o caixa alocado em ativos em dólar era de 96%.

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