Victor Fernandes   |   24/11/2022 10:04   |   Atualizada em 24/11/2022 10:29

Avianca apela ao governo colombiano por fusão com Viva

A Avianca reiterou sua disposição e propõs alternativas ao governo para o resgate da aérea low cost

Divulgação/Viva Air
A Avianca reiterou sua disposição e propõs alternativas ao governo para o resgate da aérea low cost
A Avianca reiterou sua disposição e propõs alternativas ao governo para o resgate da aérea low cost
No âmbito do processo de fusão entre Avianca e Viva, a primeira apresentou um recurso à Aeronáutica Civil colombiana expressando sua disposição de propor soluções para resolver as preocupações levantadas pelas autoridades em sua objeção ao pedido para que ambas as empresas se tornem parte do mesmo grupo empresarial, o Grupo Abra, que também conta com a brasileira Gol Linhas Aéreas.

"Estamos abertos e dispostos a continuar construindo a história da Colômbia e a contribuir para o fortalecimento do mercado aéreo, de forma que o país esteja cada vez mais e melhor conectado. Por esta razão, colocamos diferentes alternativas sobre a mesa para que as autoridades possam estudá-las à luz da proteção do maior número de empregos formais, mantendo a conectividade regional que a Viva oferece, assim como sua marca e aquilo que a torna especial. Tudo isso com o objetivo de garantir o bem-estar geral dos usuários do transporte aéreo, especialmente aqueles que voaram pela primeira vez graças à Viva", afirmou o presidente e CEO da Avianca, Adrian Neuhauser.

A Avianca propõs os cinco pontos abaixo à Aeronáutica Civil e ao governo colombiano.

  1. Redução das operações no aeroporto El Dorado em Bogotá: devolução de uma porcentagem relevante de slots - licenças de pouso e decolagem - à Aerocivil e cessão de slots com ativos - associados - aos concorrentes, com o objetivo de que outras companhias aéreas possam, se assim o desejarem, aumentar suas operações no El Dorado
  2. Sobrevivência da Viva: manter a marca e seu modelo de baixo custo; preservar o maior número possível de empregos, manter parte de suas aeronaves e a operação das rotas em que a Viva voa com exclusividade. "É essencial para a Colômbia manter uma companhia aérea que foi pioneira em democratizar as viagens no país com seu modelo low cost", afirmou Neuhauser.
  3. Proteção tarifária: nas três rotas em que ambas as companhias aéreas terão 100% de operação como resultado da transação.
  4. Impulsionar a conectividade regional: oferecer acordos de compartilhamento de códigos ou de interlinha com a Satena nas rotas onde ela é a única operadora, fortalecendo o papel social desta empresa para tornar os territórios isolados do país mais competitivos.
  5. Manutenção dos acordos entre linhas aéreas firmados pela Viva: para garantir a conectividade que esta empresa proporciona aos passageiros e a outras companhias aéreas.

É importante lembrar que em abril passado os acionistas da Avianca compraram 100% dos direitos econômicos da Viva, sem que isto incluísse o controle ou a administração. Posteriormente, em agosto, e dado o aviso dos arrendadores de aeronaves da Viva sobre sua complexa situação econômica, ambas as empresas solicitaram à Aerocivil autorização para se tornarem parte do mesmo grupo empresarial, um processo que foi contestado pela autoridade.

"A Viva está passando por uma situação financeira complexa, como resultado do impacto de dois anos de pandemia, e exacerbada pelo forte aumento dos preços dos combustíveis este ano, bem como pela desvalorização do peso colombiano. A Avianca confia nas instituições do país e em que estas alternativas serão levadas em conta para proteger os passageiros, empregos e promover a conectividade, para dar aos colombianos mais acesso ao transporte aéreo", comunicou a Avianca.

A companhia aérea ainda reforçou que respeita e respeitará as decisões das autoridades e, caso a decisão torne impossível o resgate da Viva e seus consequentes efeitos, a Avianca, dentro da capacidade legal e operacional que possui atualmente, fará todo o possível para atender a demanda e as necessidades do país, no caso do possível desaparecimento de um concorrente.

GRUPO ABRA

Em coletiva de imprensa, Adrian Neuhauser ainda reforçou que as operações das empresas aéreas do Grupo Abra (Avianca, Gol, Sky Airline e Viva) seguirão independentes, mantendo suas respectivas marcas, culturas, contratos e até parcerias individuais apesar de serem controladas por um mesmo grupo.

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