O que sabemos sobre a super holding de Gol e Avianca
Alguns detalhes da fusão entre Avianca e Gol já foram revelados

INDEPENDÊNCIA DAS MARCAS
Embora as companhias passem a ser controladas por um mesmo grupo, elas continuarão operando de forma independente, mantendo suas respectivas marcas, culturas, contratos e até parcerias individuais.
Dessa maneira, tanto a empresa colombiana sustenta sua posição entre as companhias da Star Alliance, como a Gol segue sendo uma das principais parceiras da American Airlines no continente. Essa autonomia vale também para a Viva Air, da Colômbia, e Sky Airline, do Chile.
"As alianças permanecem inalteradas e não serão afetadas por esta parceria", garantiu a Gol, em resposta a demanda do Portal PANROTAS.
A negociação é vista, dentro das empresas, como um movimento dos acionistas. Por isso, nenhum executivo das companhias deu entrevistas ou fez declarações a respeito.
GIGANTE NO CONTINENTE
O objetivo da fusão é de, juntas, as aéreas serem a base de uma malha pan-latinoamericana, "com o menor custo unitário em seus respectivos mercados, os programas de fidelidade líderes em suas regiões e outros negócios sinérgicos", conforme garante a nota enviada pelas companhias.
Juntas, as empresas que integram a parceria atendem 24 países: Argentina, Curaçao, Peru, Aruba, República Dominicana, Porto Rico, Bolívia, Equador, El Salvador, Brasil, Guatemala, Espanha, Canadá, Honduras, Suriname, Chile, México, Reino Unido, Colômbia, Panamá, Estados Unidos, Costa Rica, Paraguai e Uruguai.

A Avianca Group possui uma frota de mais de 110 aeronaves, é a companhia aérea líder na Colômbia, América Central, Equador, além de operar 130 rotas na América Latina e em 66 aeroportos. Já a Gol opera uma frota de 142 aeronaves em 68 terminais aeroportuários.
ESTRUTURA
O Grupo Abra será co-controlado pelos principais acionistas da Avianca e pelo acionista controlador da Gol, e liderado por executivos com experiência em transporte aéreo e em atuação regional, trajetória de empreendedorismo e construção de marcas:
- Roberto Kriete, que será o chairman do grupo, transformou a Taca na principal companhia aérea da América Central, na década de 1980, e fez a fusão com a colombiana Avianca Airlines em 2009. Ele também fundou, em 2006, a Volaris, uma das principais companhias aéreas mexicanas;
- Constantino de Oliveira Junior, que será o CEO do grupo, revolucionou o mercado latino-americano de transporte aéreo, sendo pioneiro no modelo low cost na região, quando fundou a Gol em 2001. Junto com as aquisições de VRG, em 2007, e Webjet, em 2011, ele conduziu seu crescimento para uma posição de liderança no mercado;
- Adrian Neuhauser, atual Presidente e CEO da Avianca, e Richard Lark, atual CFO da Gol, serão co-presidentes do grupo, enquanto mantêm suas atuais funções nas companhias aéreas.
OPINIÃO DE ESPECIALISTA
Para o ex-diretor da Anac e sócio do Fenelon Advogados, Ricardo Fenelon, a criação da holding é propícia tanto para o lado brasileiro quanto para o colombiano do negócio e impacta positivamente o cenário latino-americano da aviação de forma geral. Entretanto, ela como um todo está longe de ser surpreendente.
