Artur Luiz Andrade   |   01/12/2022 00:21
Atualizada em 01/12/2022 00:29

Gol identifica mudanças no comportamento do viajante corporativo; veja

Bleisure, anywhere office e demanda espalhada são algumas características identificadas pela Gol


PANROTAS / Artur Luiz Andrade
Juliane Castiglione e Renzo Mello, da Gol, participaram de reunião da Abracorp
Juliane Castiglione e Renzo Mello, da Gol, participaram de reunião da Abracorp
Uma das empresas apoiadoras da Abracorp, a Gol Linhas Aéreas, com Renzo Mello, diretor, e Juliane Castiglione, gerente para o segmento corporativo, participou da reunião de final de ano da associação, no Palácio Tangará, em São Paulo. Renzo Mello falou ao Portal PANROTAS sobre a retomada desse segmento, as mudanças de comportamento do viajante corporativo e os desafios dos custos e passagens aéreas em níveis mais elevados em relação a 2019.

PANROTAS – Como foi 2022 em termos de retomada das viagens corporativas para a Gol?
RENZO MELLO – O ano foi muito bom, de retomada mesmo. Começou com muita incerteza, mas de março em diante conseguimos retomar patamares bem interessantes em viagens corporativas, mesmo ainda 20% aquém do movimento de 2019. Mas os dados vêm evoluindo e a tendência é já fechar o gap em 2023.

PANROTAS – O que mudou no comportamento desse viajante corporativo?
MELLO – Ele está mais responsável, no sentido de cuidar mais no propósito das reuniões presencialmente. Se o olho no olho vai fazer a diferença. Ou se as ferramentas on-line podem suprir a necessidade. Também vemos o bleisure como tendência dos viajantes corporativos, unindo a viagem de trabalho ao lazer, ficando assim mais tempo no destino. E também o que chamamos de anywhere office, com as empresas flexibilizando as políticas e os profissionais podendo trabalhar de qualquer lugar.

PANROTAS – E os picos de demanda corporativa? Ainda existem ou a demanda se espalhou mais pelos dias da semana?
MELLO – Sim, a demanda espalhou pela semana. Ainda há os picos corporativos de domingo à noite, sexta à noite, segunda de manhã, mas menos intenso que antes, espalhando um pouco do movimento para terça, quinta-feira, até mesmo na Ponte Aérea. Isso equilibra o nível de demanda e trabalhamos melhor a oferta.

PANROTAS – O preço da passagem está assustando esse viajante corporativo?
MELLO – O preço da passagem é uma equivalência do aumento dos custos que a gente tem. O QAV, querosene de aviação, nunca esteve tão alto, mais que dobrou em relação a 2019, e o câmbio subiu 30%. O custo das empresas aéreas está muito pressionado, o que leva as tarifas aéreas a estarem mais altas mesmo, o que é uma tendência e deve ficar por um bom tempo.

PANROTAS – Mas você acha que isso está inibindo alguns viajantes corporativos?
MELLO – Em um primeiro momento sim, pois o orçamento das empresas foi feito com outro pensamento. Isso vai ter que ser adaptado para 2023. Todo mundo vai precisar viajar, fazer negócio.

PANROTAS – Alguns contratos corporativos precisaram ser revistos?
MELLO – Sim, especialmente por causa da mudança de comportamento dos viajantes e das empresas. Quem mudou muito o volume a gente precisou sim rever o contrato. Mas não foram muitas.

PANROTAS – A mudança de malha da Gol este ano, visando ao retorno do corporativo, teve uma boa resposta desse público?
MELLO – Sim, muito bom ver o resultado de Congonhas no último mês, quando voltamos a operar 100% da malha em CGH. Nos últimos 20 dias a resposta está muito positiva. 2023 a tendência é muito forte da operação em Congonhas, Santos Dumont, Brasília e Guarulhos.

PANROTAS – Mesmo com Congonhas ganhando mais voos dos concorrentes a partir de março?
MELLO Isso é bom para o mercado, vemos isso de maneira positiva. Mesmo com maior oferta em Congonhas e mais diversificada, vamos conseguir trabalhar em bons níveis tarifários e atender muito bem o corporativo.

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Sobre o autor

Artur Luiz Andrade é editor-chefe da PANROTAS, jornalista formado pela UFRJ e especializado em Turismo há mais de 30 anos.