Victor Fernandes   |   13/07/2023 16:53
Atualizada em 13/07/2023 17:02

Azul levanta R$ 4 bilhões em reestruturação e diz que vai voltar a crescer

Processo em três etapas foi concluído hoje (13) após oferta de títulos realizada ontem (12)


PANROTAS / Emerson Souza
John Rodgerson
John Rodgerson

A Azul Linhas Aéreas agora pode voltar a crescer. John Rodgerson, CEO da companhia aérea brasileira, comemora hoje (13) a conclusão do processo de renegociação das dívidas obtidas durante os 18 meses em que a empresa foi impedida de operar durante a pandemia de covid-19. "É um grande dia na Azul porque finalizamos um processo iniciado no começo de 2023 para fortalecer a Azul buscando crescer de novo. Conseguimos levantar 800 milhões de dólares", celebrou.

A primeira etapa do processo foi a renegociação com os lessores, que representavam cerca de 80% das dívidas da Azul; a segunda foi oferta de troca (exchange offer) de seus títulos com vencimento em 2024 e 2026 (senior notes), para títulos de longo prazo com vencimento em 2029 e 2030; e a mais recente foi a oferta de títulos realizada ontem (13) em que a companhia superou suas expectativas e angariou cerca de R$ 4 bilhões, ou US$ 800 milhões.

"Passamos pelo maior desafio que qualquer indústria poderia ter passado com o covid-19, desvalorização cambial e alto custo do combustível. Empresa aguentou tudo isso graças aos nossos 14 mil tripulantes, que sacrificaram para chegar neste ponto, sem ajuda governamental e sobrevivendo um ano e meio sem receita. Terminamos o processo e agora podemos voltar a crescer com as novas aeronaves que receberemos esse ano".

John Rodgerson, CEO da Azul
Divulgação
CEO da Azul agora aguarda por entregas de aeronaves da Embraer para voltar a crescer
CEO da Azul agora aguarda por entregas de aeronaves da Embraer para voltar a crescer

A Azul aguarda a entrega de aeronaves Embraer E2, que estão atrasadas, para poder anunciar novas operações neste segundo semestre de 2023. Mas Rodgerson garante que a Azul voará mais após demonstrar animação com a baixa do valor do combustível e a melhora da taxa cambial para o dólar, moeda na qual as companhias brasileiras têm grande parte de seus custos.

Alex Malfitani, CFO da Azul Linhas Aéreas, também celebrou a conquista. "Aproveitamos o bom momento de mercado e interesse no Azul, lançando oferta ontem e já concluindo hoje ao receber três vezes a demanda que estávamos procurando. Assim, mostramos que esse sequenciamento do plano fez sentido, construindo em cima da ação anterior. E hoje conseguimos eliminar toda a dúvida do mercado se a Azul teria fôlego e saúde financeira para o futuro. Fizemos issso de maneira amigável, legal e comerciada", completou.

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