Pedro Menezes   |   13/06/2025 17:43
Atualizada em 13/06/2025 17:51

Após problemas no voo Recife-Madri, Sindicato pede fim do acordo entre Azul e euroAtlantic

SNA emitiu comunicado sobre voos entre Recife e Madri operados nesta semana em aeronaves da euroAtlantic


Divulgação
Voo extra, operado pela Azul, está programado para decolar nesta sexta, às 19h10, horário de Brasília
Voo extra, operado pela Azul, está programado para decolar nesta sexta, às 19h10, horário de Brasília

O SNA (Sindicato Nacional dos Aeronautas) emitiu um comunicado em que demonstra preocupação com as questões técnicas que acabaram cancelando os dois primeiros voos da Azul na nova rota entre Recife e Madri, operados pela euroAtlantic, nesta semana.

"Essas ocorrências levantam questionamentos importantes sobre a segurança e a confiabilidade dessa operação, especialmente considerando o acordo de wet leasing firmado entre a Azul e a operador europeu. Com a justificativa de manter a integridade de sua malha aérea durante a alta temporada, a Azul se valeu da autorização da Anac para fazer o acordo, terceirizando operações e mão de obra, desrespeitando a legislação brasileira"

SNA, em comunicado oficial

O SNA reforçou ainda que o CBA (Código Brasileiro de Aeronáutica) determina que a empresa arrendatária, no caso a Azul, é a responsável pela direção e condução técnica da aeronave (art.129). Além disso, o CBA também estabelece que a função remunerada a bordo das aeronaves, nacionais ou estrangeiras, quando operadas por empresa brasileira, deve ser realizada por tripulantes brasileiros (art. 156).

"Ocorre que na 'parceria' entre Azul e euroAtlantic não há tripulação brasileira, em claro desrespeito ao que estabelece a legislação. A maneira encontrada pela Azul para disfarçar a falta de tripulantes brasileiros foi convocar 'voluntários' para serem 'representantes' da empresa nos voos operados pela companhia portuguesa. Com as operações terceirizadas para outra empresa, a Azul não só desrespeita a legislação brasileira, mas também seus tripulantes, tendo em vista que dá preferência a uma tripulação estrangeira em detrimento a seus próprios funcionários"

SNA, em comunicado oficial

.O SNA já vinha repudiando o acordo, como vimos no Portal PANROTAS, tendo inclusive ingressado com ação contra a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) para anular o negócio.

A Azul, na época, esclareceu que a parceria com a empresa euroAtlantic Airways segue todos os requisitos regulatórios. A companhia ressaltou, ainda, que a parceria tem como objetivo minimizar os impactos que o setor têm enfrentado em relação ao suprimento de aeronaves e motores.

Procurada pelo Portal PANROTAS, a Azul Linhas Aéreas informou que não irá se manifestar.

Confira a nota na íntegra da SNA

"O SNA (Sindicato Nacional dos Aeronautas) manifesta sua preocupação diante das recentes falhas técnicas observadas nos aviões da euroAtlantic, operando a rota Recife-Madri para a Azul Linhas Aéreas. Essas ocorrências levantam questionamentos importantes sobre a segurança e a confiabilidade dessa operação, especialmente considerando o acordo de wet leasing firmado entre a Azul e a operador europeu.

Com a justificativa de manter a integridade de sua malha aérea durante a alta temporada, a Azul se valeu da autorização da Anac para fazer o acordo, terceirizando operações e mão de obra, desrespeitando a legislação brasileira.

O SNA reforça que o CBA (Código Brasileiro de Aeronáutica) determina que a empresa arrendatária, no caso a Azul, é a responsável pela direção e condução técnica da aeronave (art.129). Além disso, o CBA também estabelece que a função remunerada a bordo das aeronaves, nacionais ou estrangeiras, quando operadas por empresa brasileira, deve ser realizada por tripulantes brasileiros (art. 156).

Ocorre que na “parceria” entre Azul e euroAtlantic não há tripulação brasileira, em claro desrespeito ao que estabelece a legislação. A maneira encontrada pela Azul para disfarçar a falta de tripulantes brasileiros foi convocar “voluntários” para serem “representantes” da empresa nos voos operados pela companhia portuguesa.

Com as operações terceirizadas para outra empresa, a Azul não só desrespeita a legislação brasileira, mas também seus tripulantes, tendo em vista que dá preferência a uma tripulação estrangeira em detrimento a seus próprios funcionários.

O SNA vem alertando sobre os problemas causados pela “parceria” entre as companhias aéreas desde o princípio, tendo inclusive ingressado com ação contra a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) para anular o acordo.

A segurança na aviação é uma responsabilidade de todos: companhias aéreas, operadores, reguladores e entidades de classe. Não podemos aceitar que interesses comerciais comprometam a integridade das operações e a vida dos passageiros e tripulantes.

O SNA reafirma seu compromisso com a segurança e exige que a Anac tome as providências necessárias para garantir que todas as operações estejam em conformidade com as normas e legislação vigentes e que a segurança seja prioridade máxima".

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